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Roteiro de 2 Dias em Pedra Grande/SP e Serra do Lopo/MG

Roteiro de 2 Dias em Pedra Grande/SP e Serra do Lopo/MG

Viagem em 9 de julho de 2022
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Olá exploradores!

Para aproveitar um dos melhores períodos da temporada de montanha – o mês de julho -, retomar os treinos com mochilas cargueiras e matar a saudade de fazer trilhas, resolvemos fazer um acampamento rápido (de sábado para domingo) em algum pico relativamente perto de onde moramos, Itapira/SP.

Já estávamos decididos a conhecer a Serra do Lopo, em Extrema/MG, mas pelo que pesquisamos e que outros amigos que já foram nos falaram, seria um treino muito leve e rápido. Além disso, supostamente há duas opções de trilha: uma via Pinheirinho, saindo da cidade de Extrema, com cerca de 20 km de ida e volta, e que faz parte de uma travessia até a cidade vizinha de Joanópolis. A outra, começando a partir da pousada Céu da Mantiqueira, com cerca de 6 km de ida e volta.

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A primeira opção parecia muito difícil para um caminho desinteressante, em grande parte fechado pela mata. Optamos pelo segundo, bem mais popular, mas muito curto, sendo insuficiente para que pudéssemos considerar como um treino. Também, já que íamos percorrer centenas de quilômetros, queríamos algo a mais, que fizesse compensar ainda mais a viagem.

Sendo assim, nesse dilema de “8 ou 80”, abrimos o Google Maps, como sempre fazemos, e começamos a procurar por alguma outra montanha para subir antes de ir para Extrema. Eis que o Pietro se lembrou da Pedra Grande, em Atibaia/SP, a qual podemos enxergar da rodovia sempre que passamos ali pela região, e decidimos encará-la, acompanhados de outros dois amigos (Bats e Aurélio).

Na sexta à noite, fomos ao mercado para comprar os alimentos para a trilha e o acampamento. Como estamos sem cartuchos de gás de camping, e têm sido difícil de encontrá-los, resolvemos levar comidas já preparadas – falarei mais dos alimentos na seção “O que levar nas trilhas. A seguir, confira os detalhes das atividades que fizemos! (julho/2022)

Pedra Grande em Atibaia/SP

Partimos de Itapira às 07:30 rumo à cidade de Atibaia, e em menos de 2 horas lá estávamos. Para subir a pé até a Pedra Grande, o caminho mais popular é pela trilha Minha Deusa.

O município de Atibaia, onde moram atualmente cerca de 145 mil habitantes (2021), está localizado entre três importantes regiões do estado de SP: São Paulo, Campinas e São José dos Campos. Sua localização é ainda mais privilegiada se considerar que está no centro do maior pólo consumidor do país, no cruzamento de duas das mais importantes rodovias: a Rodovia Dom Pedro I, que liga Campinas a Jacareí, e a Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte.

Atibaia reúne diversos aspectos naturais que a tornam um belo e agradável local para se viver, sendo o lar do Parque Estadual de Itapetinga. E, justamente nesse parque estadual, fica a Pedra Grande, com 1.450m de altitude, podendo ser vista por praticamente qualquer ponto da cidade, e embelezando sua paisagem.

Como chegar na Pedra Grande em Atibaia

Resolvemos subir pela trilha Minha Deusa, quiçá a mais popular para quem deseja conhecer o local a pé. Também é possível subir de carro, então é um passeio muito acessível!

Subindo de carro ou moto

Pela Rodovia Fernão Dias, seguindo no sentido interior, basta sair no km 50 em direção ao Bairro Portão. A partir dali, são 17 km por uma estradinha apertada, sendo boa parte do trajeto uma subida em estrada de terra. Pelo que lemos, é possível subir com um carro 1.0 sem muitos problemas, e também pudemos ver todo tipo de carro e moto lá em cima. Caso queira usar o Google Maps, clique aqui.

Leve em conta que a estrada é de terra, majoritariamente íngreme e com diversos buracos.

Para fazer a trilha Minha Deusa

Ao entrar na cidade de Atibaia, vá até o Condomínio Arco-Íris. Há uma portaria onde é preciso identificar-se e avisar o porteiro que está indo fazer a trilha Minha Deusa. Ele te dará um mapinha e outras informações, além de explicar onde estacionar o carro para começar a trilha – não se preocupe, a entrada é gratuita e muitas pessoas vão até esse condomínio para subir a Pedra Grande, então os funcionários estão preparados para instruí-lo. Este é o ponto exato onde a trilha começa – basta estacionar ali na rua, mesmo (havia MUITOS carros quando fomos, precisamos parar perto da esquina).

Horário de funcionamento para subir na Pedra Grande em Atibaia, SP

O acesso pela Trilha Minha Deusa é permitido diariamente entre às 08:00 e 16:00, e o retorno deve ser feito até às 17:00. Dá para subir também pela Trilha dos Monges ou Trilha da Mangueira, mas, de acordo com o porteiro, são mais difíceis.

Já pela estrada onde se chegar na pedra de carro, moto ou bicicleta, o acesso é permitido entre às 08:00 e 19:00, enquanto ela fecha para subidas a partir das 18:00.

As três trilhas para subir a Pedra Grande: Minha Deusa, Mangueira e Monges (Mapa por pedragrande.org)

A trilha mais fácil, Minha Deusa (linha verde), tem cerca de 2,4 km. Já a trilha da Mangueira (vermelha) tem 2,6 km e a trilha dos Monges (amarela), 3 km. Apesar de ter boa sinalização, vá acompanhando pelo mapa para não entrar em outra trilha, pois elas se interligam em vários pontos.

Como é a trilha Minha Deusa para subir na Pedra Grande

A trilha Minha Deusa é a mais percorrida por quem deseja subir a pé na Pedra Grande. Dentre os motivos estão seu fácil acesso, além de ser bem demarcada e tranquila de seguir – há muitas placas indicando o caminho. Se quiser garantir, aqui está nosso tracklog pelo Wikilocbaixe o aplicativo caso queira seguir.

Plaquinha informativa no início da trilha Minha Deusa

Também é um bom treino para quem deseja apenas se exercitar. Até o ponto final, a Pedra Partida, são cerca de 3 km e mais de 500m de ganho de elevação. Apesar de ser de dificuldade moderada, fisicamente falando, não há muitos trechos técnicos.

Algumas partes íngremes podem ser um pouco mais difíceis, caso não esteja acostumado com trilhas. Ainda assim, vimos muitas famílias com crianças, animais e idosos subindo a pé. Use um tênis ou bota com sola de boa aderência, pois o terreno é muito arenoso e escorregadio.

Trechos íngrimes da trilha

Durante grande parte do caminho, você estará sob o sol escaldante. Em algumas partes, há vegetação e sombras estratégicas onde pode parar para descansar, e, após cerca de 1 km, há um ponto de água na trilha.

Cachoeirinha que é o ponto de água da trilha

É um caminho realmente incrível e recompensador, pois a todo tempo você passará por grandes pedras e clareiras que formam naturalmente lindos mirantes, onde é possível ver a cidade de Atibaia e também os carros estacionados no começo da trilha.

Estacionamento e a cidade de Atibaia ao fundo, vistos do começo da trilha

Depois de pouco mais da metade da trilha, há alguns trechos onde é preciso subir por pedras para continuar adiante. É preciso cuidado ali, principalmente se tiver medo de altura, pois você fica bem exposto ao penhasco em ambos os lados. Se preferir também dá para seguir por trilhas alternativas laterais que levam ao mesmo lugar e não são tão perigosas.

Trecho com penhascos dos lados, antes de chegar na Pedra Grande

Passados esses trechos, já estará praticamente na parte final, uma escalaminhada de um paredão rochoso – o calçado com boa aderência também é essencial aqui.

Paredão com escalaminhada até a Pedra Grande

Enfim, chega-se ao maciço da Pedra Grande – um Monumento Natural (MONA) situado em uma zona de conservação ambiental e cercado pela Serra do Itapetinga. Está a 1.418 metros de altura acima do nível do mar, e é também um famoso ponto de decolagem de parapentes e asas-deltas.

Chegando na Pedra Grande / Vista de cima da Pedra Grande

Trata-se, literalmente, de uma gigantesca pedra formada há 600 milhões de anos. Aproveite para admirar a vista fascinante, não apenas da cidade, mas também de todo o caminho montanhoso percorrido até chegar lá e, principalmente, da abundância de árvores da serra. Há muitas pessoas sentadas contemplando o local, e, subindo um pouco mais, chega-se à área de estacionamento, onde nos deparamos com dezenas de carros e motos.

Carros estacionados, vistos de cima da Pedra Rachada

Mas a caminhada não termina ali. Passando pelo estacionamento e indo em direção à estrada, há uma pequena entrada para outra trilha, essa bem mais curta (menos de 10 minutos), que leva até o ponto mais alto: a Pedra Rachada e Pico do Cocuruto.

Apesar de também estar bem lotada de turistas, é um lugar bem interessante, principalmente por ser possível ver o ‘chapadão’ rochoso da Pedra Grande de cima, e por sua paisagem ser mais voltada para o norte e leste, sendo rodeada por uma gigantesca floresta.

Pedra Grande, paisagens e florestas em volta, vistas da Pedra Rachada

É possível também escalar até mesmo a Pedra Rachada – com bastante cuidado -, e outras pedras do local, onde cada uma lhe dará uma perspectiva exclusiva.

Pedra Rachada

Ficamos entre 30 a 60 minutos explorando a Pedra Grande e a Pedra Rachada. Demoramos cerca de 1h30min para subir a trilha Minha Deusa, e a descida foi mais rápida, levando por volta de 1h10min. Foram muitos escorregões nessa descida.

De volta ao carro, descansamos por alguns minutos, nos alimentamos e prontamente pegamos a estrada, cruzando a fronteira do estado de MG até a cidade de Extrema.

Serra do Lopo em Extrema/MG

Extrema/MG é a cidade mais ao sul de Minas Gerais. Seu nome é uma alusão à sua localização geográfica, no extremo sul do estado. Também conhecido como Portal de Minas, é o município mineiro mais próximo da capital paulista. Lar de mais de 37 mil habitantes (2021), tem uma localização privilegiada, assim como Atibaia, pois é cruzada pela Rodovia Fernão Dias, uma das mais importantes do país. Esse é um dos motivos pelo qual você verá um próspero parque industrial, com muitos galpões e depósitos logísticos às margens da rodovia.

Galpões, vistos da rampa de vôo livre

Adornada pela biodiversidade da Floresta Atlântica e com uma linda paisagem e clima de montanha, há diversas cachoeiras, nascentes, rios, vales e parques, que tornam a cidade um excelente lugar para praticar atividades de lazer junto à natureza.

A cidade também fica na rota para Monte Verde, um destino de inverno tradicional entre os turistas, o qual visitamos no final do ano passado (2021) – não deixe de conferir nosso post com um roteiro de 4 dias em Gonçalves e Monte Verde. Dá para, tranquilamente, juntar os destinos e fazer uma super viagem!

O fluxo turístico de Extrema é dividido em cinco rotas, para orientar os turistas e auxiliá-los a encontrar os atrativos desejados. São elas:

  • Rota das Águas, ao leste, inclui o Parque Municipal da Cachoeira do Salto, o Pico do Lobo Guará, cachaçarias e o apiário;
  • Rota das Pedras, ao oeste, onde podem ser vistas as inscrições rupestres do sítio arqueológico Pedra do índio, a Serra das Anhumas, alguns ateliês de artes e um retiro budista;
  • Rota do Sol, ao norte, contendo passeios rurais na Prainha do Juncal e Serra das Anhumas, bem como outras trilhas;
  • Rota dos Ventos, ao sul, sendo a Serra do Lopo o principal atrativo e incluindo também a Trilha do Pinheirinho, Pedra do Sapo e Pedra da Sacerdotisa;
  • Rota das Rosas, o centro urbano, contando como atrativos o Santuário de Santa Rita de Cássia e o Parque Municipal Cachoeira do Jaguari.

O caminho que leva à Monte Verde, por exemplo, passa pela Rota das Rosas e Rota das Águas – fica bem mais fácil de se localizar.

Rota dos Ventos

Rota dos Ventos em Extrema

A Rota dos Ventos é o trajeto que passa pelos mirantes de Extrema-MG, tendo seu final na Pedra do Cume, ponto mais alto da cidade com 1.700 metros. Esse passeio é ideal para quem busca aventura ou somente contemplar a biodiversidade local. Há muitas opções de trilhas, pedras para escalada e rapel e outras formas de lazer ao ar livre.  Seu principal atrativo é, sem dúvidas, a Serra do Lopo, justamente o destino que nos trouxe até Extrema.

Pedra do Cume, na Serra do Lopo, vista do início da trilha

Qual a altitude da Serra do Lopo?

A Serra do Lopo está na parte alta da divisa entre Extrema/MG e Joanópolis/SP. Estando acima da faixa dos 1.600 metros de altitude, seu ponto mais alto é o Pico do Lopo, com 1.725 metros de altitude.

Como chegar na Trilha do Pico do Lopo em Extrema

É possível percorrer grande parte da Rota dos Ventos de carro, e alguns pontos só podem ser alcançados a pé, através de trilhas. A Serra do Lopo, por exemplo, é um deles, e é sobre a trilha da Pedra do Cume que vamos falar.

Subindo de carro ou moto

É bastante recomendável subir a maior parte da serra com um carro, pois são cerca de 10 km de subidas brutais partindo do centro da cidade. Basta seguir as placas indicando a Rota dos Ventos, e depois de cerca de 6 km, virar à direita, em direção à Pousada Céu da Mantiqueira. Veja o caminho pelo Google Maps.

A estrada, em grande parte, está em boas condições, sendo asfaltada em muitos trechos. Há alguns momentos, perto e até mesmo dentro da pousada, que as condições eram razoáveis, e vimos alguns carros sofrendo, mas nada que um pouco de paciência não resolva.

Por ser bem estreita, deve-se tomar bastante cuidado: em muitos momentos, precisamos parar ou até voltar um pouco para que outro carro pudesse passar. Também leve em conta que é uma via bem íngreme, requerendo bastante esforço do motor, mas chegamos com um carro 1.0. Nos remeteu à subida até a Pedra de São Domingos, em Gonçalves

No caminho você passa por rampas de voo livre, que são aberturas lindas e ficam bem ao lado da estrada, não precisando fazer trilha.

Vista das duas rampas de vôo livre, a caminho da Pousada Céu da Mantiqueira

Para fazer a trilha da Pedra do Cume

Estacionando na pousada e pagando a taxa de entrada de R$ 20, suba um pequeno barranco à esquerda para começar a caminhada.

Há algumas placas demarcando o trajeto, que é bem simples e intuitivo de ser seguido, mas, se não tiver experiência com trilhas ou se sentir inseguro, basta usar o aplicativo Wikiloc para se localizar.

A partir da pousada, são cerca de 3,5 km até a Pedra do Cume, com pouco mais de 300m de ganho de elevação. É uma trilha bem fácil – a parte mais complicada é no final, entre a Pedra das Flores e a Pedra do Cume, com alguns trechos um pouco mais técnicos. De qualquer maneira, a ida até a Pedra das Flores (menos de 2,5 km) já vale muito a pena!

Trilha até a Pedra das Flores e Pedra do Cume

Pousada Céu da Mantiqueira

Na entrada da pousada, há um portão onde você receberá um papel, que servirá de comprovante e deve ser entregue na saída.

Descendo um pouco mais, estacione o carro e, dentro da pousada, é preciso pagar uma taxa de R$ 20 na lanchonete/recepção, pelo “day use” da pousada, onde tem piscina, restaurante, banheiros limpos e uma vista linda. Você será instruído até o começo da trilha, e pode aproveitar para tirar algumas dúvidas com o funcionário.

Pelo que lemos, é uma estadia bem aconchegante, com camas confortáveis e café da manhã mineiro. Pode ser uma boa opção para dar uma escapada e ficar um pouco mais chegado à natureza.

Pousada Céu da Mantiqueira

Como é a trilha da Pedra do Cume na Serra do Lopo

A Serra do Lopo, cuja etimologia é lupus (lobo em latim), devido à existência de lobos que habitavam a região, fica situada bem em cima da divisa dos estados de Minas Gerais (Extrema) e São Paulo (Joanópolis), ao leste. Ao seu norte fica a Serra de Itapeva, ao oeste a Serra de Anhumas e ao sul a represa do Jaguari, cujo rio alimenta o Sistema Cantareira de fornecimento de água para a região metropolitana de São Paulo.

Depois de pagar a taxa na recepção e uma ida rápida ao banheiro, seguimos em frente e logo à esquerda encontra-se facilmente o acesso à trilha. Há um pequeno barranco íngreme que o levará até uma estrada de terra, onde caminha-se por aproximadamente 1 km.

Começo da trilha até a Pedra do Cume, saindo da pousada Céu da Mantiqueira

Logo no começo, há uma entrada à direita onde fica a Pedra do Altar (ou do Marino), um mirante onde é possível avistar a cidade de Extrema e a Pedra dos Cinco Dedos.

Mirante com vista para a cidade de Extrema, no começo da trilha

Em seguida, depois de beirar uma lagoa relativamente escondida, começa uma trilha bem demarcada, passando por troncos e raízes e seguindo Mata Atlântica adentro.

Um pouco adiante, do lado esquerdo é possível avistar um rochedo, onde há uma placa na árvore indicando ser a Pedra dos Cabritos, com 1.611 metros de altitude, de onde pode-se avisar a Pedra das Flores e a Pedra do Cume. Não chegamos a subir nela, mas exatamente nessa bifurcação (entre a continuação da trilha e a pedra), ouvimos um barulho estranho.

Passamos rapidamente, mas o Pietro logo desconfiou se tratar do chocalho de uma cobra. Ficamos alguns minutos ali investigando de onde vinha e avisando outros transeuntes, mas logo tivemos confirmação visual: era uma cascavel.

Ao alterarem a frequência dos seus ruídos, estas cobras venenosas alertam os intrusos quando estes estão demasiado perto: as cascavéis alteram a velocidade dos seus ruídos quando uma potencial ameaça se aproxima.

Vídeo que o Pietro gravou quando ouvimos a Cascavel

Por estar bem próxima da trilha, fomos avisando todas as pessoas que passavam por nós, mas aparentemente ela já estava ali há um tempo, pois ninguém pareceu surpreso, nos dizendo que já haviam se deparado com ela mais cedo.

Definitavemente, você não terá um soro para picadas de cobras, mas são nesses momentos que lembramos da importância de estar preparado para eventos inesperados. Clique aqui para aprender com nosso guia completo de como montar um kit de primeiros socorros.

Passado o susto, depois de cerca de 1 hora que começamos a trilha, já estávamos na famosa Pedra das Flores, uma grande plataforma rochosa com área de aproximadamente 1 km². A rica variedade de flores ali presentes – bromélias, orquídeas, amarílis -, dão o nome ao lugar.

Foi a paisagem que mais gostei. É possível avistar a represa do Jaguari, a cidade de Joanópolis e a Pedra do Cume da Serra do Lopo, um espetáculo. Parece um Pão de Açúcar versão miniatura.

Pedra do Cume vista da Pedra das Flores

O funcionário recomendou que acampássemos aqui, onde já haviam várias barracas armadas. Como gostamos do lugar, acatamos a ideia, e a decisão se mostrou acertada, pois é um lugar amplo e com alguns espaços nivelados onde dá para dispor a barraca. Por outro lado, na Pedra do Cume, há pouco espaço para acampar e ele nos disse que o vento é mais forte, também. Falarei mais sobre o vento em breve…

Montamos as barracas e apressamos para atacar a Pedra do Cume, pois já era 17h e o sol iria pôr em breve. Apesar de algumas pedrinhas incomodando, achamos um lugar relativamente reto, e o isolante térmico [link] deu conta de tornar as nossas camas mais confortáveis.

Como estávamos sobre uma pedra, e não em terra ou areia, não foi possível colocar as estacas. O ideal, portanto, seria pegar algumas pedras pesadas e amarrar as extremidades da barraca, para que o vento não deforme a estrutura e incomode quem está dentro. Por não estar ventando nada e estarmos com pressa, acabamos não fazendo isso – grande erro.

Vista da nossa barraca, na Pedra das Flores

Ataque ao cume do Pico do Lopo

Em cerca de meia hora subimos até o cume, em uma caminhada com trechos acidentados um pouco mais técnicos, desníveis e escalaminhadas. Apesar disso, dá para subir tranquilamente se for munido de calma e atenção. Há até um trecho com uma corda auxiliar, e dá para usá-la de certa forma, mas eu particularmente não acho que seja uma boa ideia confiar todo o peso nessas cordas “fixas”, e sim apenas como mera ferramenta de ajuda adicional.

De qualquer forma, o visual de 360º da região ao chegar no topo compensa todas as dificuldades. Ao lado leste, o estado de São Paulo, e ao lado oeste, o estado de MG. É a pedra que possui maior altitude na serra, com mais de 1.700m, e a vista é realmente de tirar o fôlego: uma verdadeira “Noruega Brazuca”, por ter vários “laguinhos” da represa de Jaguari e montanhas ao redor, que me lembrou dos fiordes noruegueses. Fomos agraciados também com um belo pôr do sol.

Havia uma barraca bem ao lado desse cume que chegamos, e outras duas um pouco mais abaixo. Ali, há também uma pedra com uma placa, e, em cima dessa pedra, fica o livro do cume. Não subimos nessa pedra pois é necessário usar equipamentos de escalada e ter experiência na prática.

Pedra do Cume

E, ainda nesse assunto, vimos várias vias de escalada nas pedras ao redor do cume, e alguns equipamentos montados – o grupo acampando ali provavelmente era de escaladores.

No caminho de volta, precisamos usar lanternas de cabeça, pois já estava ficando escuro. Sentamos ao lado das barracas, jantamos e apreciamos um bom vinho. Por ser um destino bem acessível e bonito, tinham muitos outros turistas acampando lá, e estavam um pouco exaltados com a “farra”, com música alta e gritaria, mas é difícil se incomodar muito estando em um lugar mágico como esse.

Vista da Pedra das Flores de noite

Até então, não estava fazendo muito frio (julho/2022), mas por volta das 22h começou a esfriar e ventar, e entrei na barraca para descansar.

Eis que pagamos pelo erro cometido em não ter fixado a barraca de maneira apropriada: acordamos durante a madrugada com um vento MUITO forte, que só não derrubou a barraca por causa do nosso peso e das mochilas. As varetas envergavam muito e ficamos um pouco apavorados achando que poderiam quebrar, mas ficamos positivamente surpresos com a qualidade dessa barraca, que já aguentou bem vários outros perrengues.

Vento na Pedra das Flores

Ainda assim, foi difícil conseguir dormir, pois eu ficava tentando “segurar” os cantos, que ficavam convulsionando e batendo em nossas cabeças ininterruptamente. Foi uma experiência um pouco perturbadora :’). Nota mental: nunca esquecer de fixar a barraca, seja com estacas ou de qualquer outra maneira.

De manhã, depois de conseguir dormir muito pouco, enfrentamos dificuldades para conseguir desmontar a barraca, pois estava ventando ainda mais do que durante a madrugada. Precisei ficar dentro enquanto o Pietro tirava a capa impermeável e desmontava as varetas, mas, com um pouco de paciência e gambiarra, conseguimos e logo rumamos de volta à pousada.

Barraca por dentro e desmontada na manhã seguinte

O que levar nas trilhas

Primeiro, é preciso pensar nas trilhas: uma é de ataque e está bem exposta ao sol escaldante, enquanto a outra é, em maior parte, mata fechada e acampamento. Ou seja, sempre use roupas de exercício, que, de preferência, protejam do sol (gosto de usar manguitos). E, para o acampamento, os itens essenciais são barraca, saco de dormir e isolante térmico.

Aproveite também para tomar um café da manhã reforçado, e leve algo para almoçar (não muito pesado) depois de descer a Pedra Grande, assim como algo pensando na janta.

Gostamos muito de levar lanches em pão de baguete pois são fáceis de montar, leves, práticos e deliciosos. Como vamos consumi-los em até 24 horas, recheamos com queijo mussarela, salame, maionese e salada, e embalamos em papel alumínio. Deixamos alguns no carro para almoçar e levamos outros para a janta.

É importante também levar petiscos para comer durante a trilha. Aqui vai uma listinha prática para te ajudar:

  • barraca;
  • saco de dormir;
  • isolante térmico;
  • mochila cargueira;
  • botas confortáveis e impermeáveis;
  • kit de frio (touca, luva, meias quentes, protetor de rosto, roupa térmica, blusa corta-vento, calça e blusa fleece);
  • roupa confortáveis de trilha no corpo + uma troca;
  • boné ou, de preferência, chapéu que proteja o pescoço;
  • manguito (caso não esteja com uma camisa de manga longa);
  • bastão de caminhada;
  • lanterna de cabeça;
  • protetor solar e repelente;
  • kit de primeiros socorros
  • no mínimo 2L de água por dia;
  • uma garrafa de isotônico (um Gatorade, por exemplo);
  • frutas (maçã e mexerica são as melhores de se levar);
  • comida para almoçar e jantar;
  • comida para beliscar durante a trilha (oleaginosas, barrinhas de cereal, bananinha e outros docinhos fáceis de comer) e à noite (bolacha, lanches leves, salgadinho);
  • disposição.

Considerações finais

Esse roteiro rápido foi perfeito para treinarmos nosso físico na Pedra Grande de Atibaia, e também para curtirmos o visual sensacional da Serra do Lopo, um treino um pouco mais leve mas com o peso das cargueiras.

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Recomendo muito essa viagem, seja sua intenção a mesma que a nossa, ou se deseja apenas explorar essa região, aproveitando sua localização estratégica, e escapar das correrias do dia a dia, se conectando com a natureza. Um bom exercício ao ar livre, e com ótimas recompensas.

Para quem mora em São Paulo ou nas proximidades, não deixe de conhecer esses dois lugares, e aproveite também para emendar com outros belos destinos da região, como Monte Verde e Gonçalves, e também as outras atrações de Extrema.

Veja também nossa viagem super econômica e incrível pelas cidades de São Tomé das Letras e Luminárias.

Até a próxima!

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Quanto gastamos em Pedra Grande e Serra do Lopo?

R$ 89

Despesas aproximadas por pessoa

  • Transporte R$ 34

    Gasolina e pedágios (R$136) dividido em 4, trajeto Itapira>Atibaia>Extrema>Itapira

  • Alimentação R$ 35

    Supermercado (R$25,20 cada) + barrinhas e recheio dos lanches que tinhamos em casa

  • Hospedagem R$ 20

    Acampamento na Pedra das Flores, taxa de entrada pela Pousada Céu da Mantiqueira

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