Viagens com roteiros completos e econômicos. Conheça e explore diversos destinos gastando pouco! ♥️
Guia Completo do Parque Estadual do Jalapão, Tocantins

Guia Completo do Parque Estadual do Jalapão, Tocantins

Viagem em 3 de agosto de 2023
Compartilhe esse post

Após conhecermos a Chapada das Mesas, a segunda etapa dessa nossa primeira visita ao Norte do país foi na famosa região do Jalapão. Estávamos indecisos sobre ir por conta própria ou não, e resolvemos delegar as responsabilidades, viajando com uma agência turística, em um roteiro de 5 dias com tudo incluso.

Desta vez, estaremos compartilhando nossas aventuras e impressões sobre esse lugar fantástico. Não deixe de conferir o relato da primeira parte dessa viagem, onde contamos tudo sobre o que fazer na Chapada das Mesas. Vamos lá!

Quer pular direto para o roteiro resumido e otimizado? Clique aqui.

🇧🇷️ Último recado, prometo: entre em nosso grupo gratuito no WhatsApp!

O Que é Jalapão?

O Jalapão é uma região de natureza exuberante localizada no estado do Tocantins, no Brasil. É conhecido por sua beleza natural única – mais especificamente por seus famosos fervedouros -, contando com paisagens que incluem dunas de areia dourada, formações rochosas, cachoeiras, cânions, rios cristalinos e uma grande diversidade de flora e fauna.

A região ainda conserva boa parte de sua natureza intocada e selvagem e tem se tornado cada vez mais popular entre os viajantes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, que buscam uma experiência única em meio à natureza no coração do Brasil.

Letreiro “Eu amo ♡ Jalapão” em Mateiros

O nome “Jalapão” tem origem na planta Jalapa-do-Brasil (Ipomoea purga), também conhecida como Jalapa ou batata-de-purga. Essa planta é encontrada em abundância na região do Jalapão, no estado do Tocantins, no Brasil, e possui raízes que são utilizadas há séculos pelos habitantes locais para diversos fins, o que contribuiu para a escolha desse nome para a região. Tem em suas raízes propriedades laxativas que a tornam um excelente purgante natural.

Para Que Serve a Flor da Jalapa

A flor da Jalapa em si não é a parte da planta que normalmente é usada medicinalmente. O que costuma ser utilizado em preparações farmacêuticas é o extrato da raiz da jalapa, um remédio eficaz para tratar problemas de constipação e prisão de ventre.

O Que é Fervedouro e Ressurgência

Fervedouro é um fenômeno natural encontrado na região do Jalapão. Trata-se de uma nascente de um rio subterrâneo que forma uma pequena lagoa com águas cristalinas muito límpidas e transparentes, mas que parecem ter inesquecíveis tonalidades esverdeadas e azuladas.

O nome vem do fato de que a água brota com tanta força do solo arenoso que cria um efeito de ebulição, semelhante a uma panela de água fervente, e que impede que as pessoas afundem, criando uma sensação de flutuação única! Esse fenômeno natural em que a água subterrânea brota do lençol freático com grande pressão através de uma camada de areia fina é conhecido pelo termo “ressurgência”. É basicamente como se fossem grandes bolhas saindo do chão.

Resumindo… são bolhas!

Por Que Nadar nos Fervedouros do Jalapão Não Afunda

Quando você entra em um fervedouro, a pressão da água subterrânea que emerge de camadas de rocha e areia é forte o suficiente para impedi-lo de afundar no fundo, criando uma sensação de flutuação.

Você acha que está com os pés na água, mas, quando olha para baixo, percebe que a areia está quase no seu joelho! E que na verdade, você está flutuando. É basicamente como se você estivesse em uma piscina natural onde é impossível afundar.

Os Fervedouros do Jalapão são Quentes?

Confesso que, antes de pesquisar sobre, o nome me levava a pensar que sim 😅️. Mas não, os fervedouros do Jalapão não são quentes, apesar desse nome. Na verdade, a temperatura da água dos fervedouros é geralmente fresca ou até mesmo fria, mas isso proporciona um contraste agradável com o clima quente e abafado da região. A impressão de “borbulhamento” nos fervedouros é devido à pressão da água que brota do solo, e não à temperatura da água.

Como é a experiência de nadar em um fervedouro? Regras de visitação

A experiência de nadar em um fervedouro é única, principalmente por conta do fenômeno da ressurgência que comentei acima. Você acha que está flutuando, mas olha para baixo e percebe que a areia está cobrindo seu joelho. É muito divertido! Fiquei tentando “afundar” o Pietro e é simplesmente impossível. Dá até para dar cambalhotas e ficar de cabeça para baixo, já que o corpo flutua, possibilitando uma brincadeira divertida na água. Nos sentimos como crianças novamente, é realmente espetacular.

Além disso, como a região é quente, nadar em um fervedouro é sempre refrescante e, por conta das belezas naturais em volta, também é um lugar muito bonito de se contemplar.

O lado ruim é que o tempo é bem limitado, por se tratarem de lugares pequenos e escassos, de modo que o tempo em que cada grupo pode aproveitar o fervedouro é literalmente cronometrado.

Mergulho noturno no Fervedouro Bela Vista

Esse tempo limitado é a principal “regra de visitação”. Além disso, o uso de protetores solares e repelentes é extremamente vetado, e deve-se tomar boas duchas antes de entrar na água para que não a contamine, visto que, pela quantidade de pessoas que entram nesses poços todos os dias, o uso desses produtos tornaria a água horrível. É preciso entrar sempre pelas escadas de madeira e há também um limite de quantidade de pessoas que podem nadar ao mesmo tempo. Não se deve pisar na borda dos fervedouros, badernar, causar, enfim… vocês entenderam. 👍️

Onde Fica o Parque Estadual do Jalapão, Tocantins

O Jalapão está localizado no extremo leste do estado do Tocantins, Norte do Brasil. Não é uma cidade, mas sim uma região com mais de 34 mil km², englobada pelo Parque Estadual do Jalapão. Para chegar ao Jalapão, geralmente parte-se da cidade de Palmas, que é a capital de Tocantins, e depois segue-se viagem por algumas estradas de terra até as atrações da região.

Quais São as Cidades do Jalapão?

Alguns dos principais municípios compartilhados pela extensa área do Parque Estadual do Jalapão e pontos de referência e paradas comuns são:

  • Ponte Alta do Tocantins: uma pequena cidade com infraestrutura turística boa e serve como ponto de partida para explorar o Jalapão;
  • Mateiros: também possui uma boa infraestrutura voltada para o turismo, contando com pousadas e restaurantes, e estando próxima das Dunas e de muitos fervedouros;
  • São Félix do Tocantins: conhecida por ser a cidade mais próxima da maioria das cachoeiras e fervedouros, que estão evidentemente entre as principais atrações do Jalapão.
  • Novo Acordo: é outra cidade que faz parte da região do Jalapão, mas costuma ser a “porta de saída” quando a expedição se inicia pela Ponte Alta do Tocantins.
Letreiro “Eu amo ♡ Mateiros”

O Jalapão É Perigoso?

Toda a área do Jalapão não é considerada perigosa em termos gerais. Na verdade, costuma ser uma viagem bem tranquila. As cidades em si são extremamente pacatas e tranquilas, e em momento algum nos sentimos desconfortáveis com relação à segurança.

Os pontos de atenção, como em qualquer destino turístico natural, são mais voltados para as possíveis intempéries naturais. Acidentes com as inúmeras espécies diferentes de animais silvestres e insetos podem acontecer, e, por ser uma região isolada, é preciso agir rapidamente e com sabedoria. Por esse motivo é que, nesse tipo de viagem, estar acompanhado de guias locais é extremamente importante. E como os recursos são escassos e a infraestrutura é relativamente limitada, certifique-se de levar seu próprio kit de primeiros socorros. Veja aqui nosso guia completo para montar um.

Além disso, a região é bem quente e seca (dependendo da estação), então esteja sempre munido de água potável. Juntando os fatos de que as estradas não estão em boas condições, sendo vários trechos de areião, e de que o sinal de GPS não costuma funcionar, a orientação é desafiadora e, perder-se em lugares como esse pode tornar-se rapidamente um problema.

Olha esse visual da pacata Mateiros-TO. Fala sério!

Qual o Aeroporto Mais Perto do Jalapão

O Aeroporto mais próximo do Jalapão é o Aeroporto de Palmas (PMW), também conhecido como Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues. Ele está localizado um pouco afastado do centro, ao sul da cidade de Palmas, no estado do Tocantins, e é a principal porta de entrada para quem pretende visitar o Jalapão, sendo a cidade principal de onde as expedições costumam partir.

O Aeroporto de Palmas recebe voos de diversas localidades no Brasil, como São Paulo, Brasília e Goiânia, e costumam ter ótimas promoções de passagens aéreas, como as que compramos para lá – me siga no Instagram para estar em dia com as melhores ofertas!

Como Chegar no Jalapão: Passeio ou Por Conta Própria?

Se tratando do Jalapão, essa é uma pergunta feita frequentemente, e, apesar de a resposta depender de alguns fatores, contratar agências para realizarem a expedição costuma ser uma boa ideia. Até mesmo nós, que sempre resistimos a isso (principalmente por conta dos valores) e tendemos a fazer tudo por conta própria, chegamos à essa conclusão.

Cogitamos arriscar, mas o barato pode sair caro. As estradas do Parque Estadual do Jalapão são praticamente todas de terra, sendo muitas delas de areião, mesmo. Ou seja, ir sem um 4×4 muito provavelmente trará problemas – e alugar um carro desses é bem mais caro que um carro normal de passeio.

O passeio guiado sai mais caro, mas é mais tranquilo

Além disso, é preciso ter a experiência e as “manhas” para percorrer essas estradas, e também conhecê-las pois dificilmente há sinal de celular, então não dá para contar com isso. São vários trechos monótonos, indistinguíveis e que às vezes nem mesmo se parecem com um caminho para carros. Durante nossa expedição, em vários momentos comentamos e pensávamos: “Imagina nós sozinhos aqui? Quantos atolamentos, caminhos errados e tempo perdido?”

Ainda que tenhamos visto relatos de pessoas que conseguiram fazer por conta, outro fator que pesou foi uma experiência negativa com o atolamento de um carro alugado na Califórnia em 2018. Isso sempre acaba sendo um fator relevante em nosso processo de tomada de decisões, pois aprendemos a lição com o perrengue.

Viagem para o Jalapão com Pacote de Agência Turística: Vantagens e Desvantagens

Dentre as principais vantagens que viajar para o Jalapão através de expedições de agências turísticas, podemos citar:

Locomoção 🚗️

  • O motorista, que também é o guia, sabe dirigir em estrada de areia (apesar de termos passado alguns sustos desnecessários);
  • É possível irmos dormindo no carro, visto que não precisamos dirigir;
  • Caso o carro atole, o guia está preparado para conseguir sair ou pedir ajuda para outros guias passando, então perde-se menos tempo nessas situações;
  • Além disso, ele também não errará os caminhos.

Hospedagem 🏘️

  • A reserva nas pousadas mais disputadas da região são feitas com mais segurança. Não são muitas opções, mas as agências têm preferências (ainda que em Mateiros nós não conseguimos vaga no lugar onde deveríamos ter ficado).

Alimentação 🥗️

  • Tudo incluso: café da manhã nas pousadas, além de almoço nas atrações e jantar também nas pousadas ou em restaurantes locais;
  • Snacks e água gelada para consumir durante o dia.

Passeios 🏜️

  • Novamente, o guia saberá melhor quais fervedouros estão vazios para evitarmos filas, e ajustará o roteiro de acordo para proporcionar uma melhor experiência;
  • Ele também trará informações locais de fauna, flora e cultura, e nos leva para roteiros alternativos (como a visita às comunidades Quilombolas);
  • Todos os ingressos das atrações já estarão inclusos;
  • Alguns lugares, como o passeio das dunas, só permitem a visita com guias.

Amizades 🫂️

  • Por fim, mas não menos importante: viajar em grupo traz a chance de conhecer melhor pessoas incríveis, justamente o que aconteceu conosco!
Du e Iara, dois queridos que levaremos para sempre!

Já para as desvantagens de realizar um passeio com agências turísticas, a princípio pensamos nas seguintes:

Hospedagem 🏨️

  • Não há a possibilidade de escolhermos onde pernoitar, bem como não temos a flexibilidade de acampar ou escolher pousadas mais em conta.

Alimentação 🍲️

  • Da mesma forma que a hospedagem, não escolhemos onde comer e não temos a opção de substituir refeições por lanches rápidos, com o intuito de baratear esse custo;
  • Não há a opção de cozinhar por conta.

Passeios 🏜️

  • Não conseguimos escolher quais lugares vamos visitar, então alguns fervedouros principais acabam ficando de fora do roteiro. No nosso caso, foi o Fervedouro do Ceiça;
  • Não é possível visitar os fervedouros “sozinhos” pois estamos sempre com outros grupos.

Inimizades 🤼‍♂️️

  • Nem sempre você vai dar a sorte que demos e há o risco de precisar fazer a expedição com pessoas inconvenientes. 🤔️

Como você pode perceber, os pontos “negativos” na verdade são fatores que nos afetam apenas por estarmos mal-acostumados com viagens econômicas e cheias de perrengues. 🥲️ Parando para analisar friamente, não são pontos tão problemáticos assim.

Como encontrar a melhor agência para visitar o Jalapão

A primeira coisa que você precisa saber é que as agências têm os dias exatos das expedições, então não se iluda igual nós e ache que vai encontrar agências que vão sair e voltar no dia exato da sua estadia em Palmas.

Por exemplo, nossa viagem era de 12 dias, chegando em 27/07 e voltando em 09/08, então tínhamos a flexibilidade de encaixar o Jalapão no começo ou no fim e dedicar o resto à Chapada das Mesas. Assim, encontramos a Safari Dourado, que tinha uma expedição do dia 03/08 a 07/08, de modo que sobrou um dia “extra” para conhecer Palmas.

Sendo assim, caso já tenha as passagens compradas, leve em conta quantos dias você terá na região. Se deixar para comprar depois de fechar a expedição, fica mais fácil pois você já terá em mãos as datas que precisará viajar.

A melhor maneira de procurar uma agência de turismo costuma ser através de recomendações de outros viajantes, em nossa opinião, sejam essas recomendações através de relatos em grupos do Facebook ou em páginas de viagem do Instagram que já fizeram o passeio e tiveram uma experiência positiva. No TripAdvisor também dá para encontrar boas opções. Uma coisa que fazemos sempre em avaliações é procurar especificamente as negativas, para saber o que exatamente aconteceu e como a situação foi resolvida. 🤬️

🔍️ Além disso, buscar no próprio Instagram ou no Google pelo nome do lugar (ou seja, procurando “Jalapão Agência” no Google ou só “Jalapão” no Instagram e explorando os posts) e anotar o nome e contato de algumas agências é uma boa estratégia. Entre em contato com algumas e pergunte se elas fazem o roteiro que você gostaria de fazer, se possuem disponibilidade em determinada data e qual o preço. Depois, fica bem mais fácil para comparar os valores e feedbacks!

Pesquise bastante – mesmo! Principalmente em grupos do Facebook sobre viagens e sobre o Jalapão

Viagem para o Jalapão por Conta Própria: É Possível?

🤔️ De antemão, posso adiantar que sim, é possível, mas isso não significa que seja uma boa ideia. Além de estar em uma região remota e de difícil acesso, é preciso estar preparado para encarar alguns desafios e resolver problemas por conta própria, quando necessário.

Para dirigir nas estradas de areião, o condutor precisa ter não somente experiência, mas também atenção redobrada, pois o carro perde sua tração em vários momentos e pode capotar, deslizar ou causar perda de controle. Isso sem falar na alta probabilidade de atolar em vários trechos.

Agora imagina esse areião durante uma chuva… 😬️

📵️ Ademais, como se trata de um lugar remoto, o sinal de celular é praticamente inexistente, então é essencial, além de baixar um mapa offline, ter um mapa físico da região e, obviamente, saber se localizar e utilizar um mapa à moda antiga. Ainda assim, por conta de algumas estradas terem muitas bifurcações e entradas escondidas, as chances são altas de se perder em vários momentos.

Por fim, ter um guia local junto de seu grupo agrega muito à experiência, pois você poderá conhecer mais da cultura, histórias, fauna e flora diretamente de uma pessoa que conhece muito bem a região (e muitas vezes até mesmo nasceu nela).

Com tudo isso em mente, caso você esteja mesmo disposto a arriscar, esteja sempre bastante atento, estude as atrações que visitará e percursos que fará, prepare o carro mantendo o tanque de gasolina cheio sempre que possível e o porta malas carregado de comida e água (para casos de emergência), além de sempre tenha um plano B.

Quando Ir para o Jalapão: a Melhor Época para Viajar

A região do Jalapão pode ser visitada durante o ano todo, mas a melhor época é durante a estação seca, que ocorre no período de maio a setembro. Essa é a temporada ideal para explorar a região devido às condições mais favoráveis para atividades ao ar livre, com poucas chuvas e céu sempre azul.

Esse é um ponto de atenção principalmente se for viajar por conta própria

Estação seca do Jalapão

☀️ Durante a estação seca, as temperaturas costumam variar entre 28°C e 35°C, mas nós presenciamos por conta própria quão abafado o clima pode ficar, então é preciso estar preparado para o calor – a precipitação nos meses de junho, julho e agosto é de quase 0mm. Apesar disso, as visitas às cachoeiras e rios tornam-se ainda mais refrescantes e confortáveis. Com menos chuvas, suas águas também costumam ficar mais cristalinas e calmas, tornando-as ideais para nadar e relaxar.

Outro fator a se considerar é que as estradas de terra que levam ao Jalapão podem ficar intransitáveis durante a estação chuvosa devido à lama e a alagamentos. Na estação seca, as estradas geralmente estão em melhores condições, mas isso é controverso pois nesse período elas são “areia pura”, e algumas pessoas preferem dirigir em estradas mais úmidas e “compactadas”.

Estação chuvosa do Jalapão

🌧️ Já a estação chuvosa ocorre entre os meses de outubro a abril. Durante esse período, as chuvas são mais frequentes, principalmente nos meses de dezembro e janeiro, o que, como mencionamos acima, pode dificultar o acesso a algumas áreas e tornar as estradas mais escorregadias, além de atrapalhar os passeios. De qualquer maneira, mesmo durante a estação chuvosa, é possível visitar o Jalapão, pois os dias de chuva constante são raros.

Quantos Dias Ficar no Jalapão?

⏳️ A maior parte das agências que encontramos faziam expedições de 4 diárias / 3 noites até 6 diárias / 5 noites. Os roteiros variam um pouco entre si, mas de maneira geral passam por lugares semelhantes.

É preciso também ajustar de acordo com a quantidade de dias que você tiver disponível na região, bem como com quais atrações gostaria de ver. Por exemplo, caso deseje conhecer as Serras Gerais junto com o Jalapão, acreditamos que o ideal seriam pelo menos 6 dias. Esses roteiros com mais dias, na verdade, costumam incluir justamente atrações das Serras Gerais.

No fim, a escolha é pessoal, e, em nossa viagem, gostamos das 5 diárias / 4 noites que passamos. Foi uma boa quantidade de dias para conhecer muitas atrações e demos até um pouco de sorte, pois o Pietro teve problemas de saúde no penúltimo dia de viagem, então voltamos na hora certa. 🤒️

Lista de Itens: O Que Levar Para o Jalapão

É preciso considerar que, caso vá com uma agência turística, a expedição geralmente conta com vários integrantes. Sendo assim, o espaço para levar pertences costuma ser limitado à uma mochila cargueira ou uma mala média/grande.

Além disso, em praticamente todo momento você estará molhado ou com roupas úmidas, visto que quase todas as atrações envolvem nadar e se molhar, e que não é um lugar que costuma fazer frio, então não tem muito o que inventar.

  • Sapatilhas aquáticas: indispensável para nós sempre que pensamos em cachoeiras, apesar de não termos usado nos fervedouros.
  • Snorkel: será usado principalmente na Lagoa do Japonês e no Rio Formiga. Só esses dois lugares já fizeram valer a pena levar!
  • Toalha de microfibra: é bem compacta, seca rápido e é uma excelente escolha para levar na mochila.
  • Proteção para o sol: chapéu/boné e protetor solar (não se esqueça de tomar uma ducha antes de nadar).
  • Kit de primeiros socorros: sempre ande com um. Veja aqui como montar um kit completo.
  • Mochila de ataque: uma que tenha espaço suficiente para levar pelo menos os itens que você precisará ter mais facilmente em mãos.
  • Eletrônicos: celular, carregador e carregador portátil – o básico para qualquer viagem.
  • Documentos e dinheiro: também são, evidentemente, indispensáveis.
  • Necessaire de higiene: escova de dentes, pasta, shampoo, sabonete e qualquer outro cosmético que você costuma usar.
  • Chinelo: sempre gostamos de levar um chinelo além das sapatilhas aquáticas.
  • Roupas confortáveis e de secagem rápida: o calor da região é escaldante e você geralmente estará molhado, então roupas de exercício e com tecidos respiráveis são ótimas escolhas.
  • Tênis ou bota: também opcional – um tênis pode até ser útil, mas não achamos realmente “obrigatório”.

Hospedagem no Jalapão: Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Tocantins e Mateiros

Com a popularização desse destino, a região passou a oferecer uma variedade cada vez maior de opções de hospedagem, desde acomodações simples até locais mais sofisticados. Geralmente, as expedições alocam os visitantes em hospedagens em Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Tocantins e Mateiros.

Ponte Alta do Tocantins é uma das cidades que serve como porta de entrada para o Jalapão. Enquanto estiver aqui, você encontrará opções de hospedagem que variam de pousadas acolhedoras a hotéis mais simples. Geralmente, se dorme apenas uma noite aqui. Ficamos na Pousada Águas do Jalapão.

Esse ofurô lindo é na Pousada Águas do Jalapão

São Félix do Tocantins é uma cidade tranquila situada a poucos quilômetros de várias atrações do Jalapão. Durante a sua visita, você encontrará opções de hospedagem que abrangem desde campings e pousadas rústicas até acomodações mais confortáveis. Pode-se ficar uma ou duas noites. Uma das opções mais disputadas aqui é a Pousada Bela Vista, onde os hóspedes podem aproveitar o Fervedouro Bela Vista fora do horário comercial e uma piscina com borda infinita.

A Pousada Bela Vista é daquelas inesquecíveis!

Mateiros é uma das cidades mais populares entre os visitantes do Jalapão, e também nos pareceu ser a mais agitada. Aqui, você encontrará um leque ainda maior de acomodações. Muitos visitantes optam por se hospedar em Mateiros devido à sua localização estratégica para explorar pontos de interesse, assim como São Félix. O ideal aqui são duas noites. Ficamos na Pousada Vereda Tropical, bem simples, com funcionários gentis e café da manhã, mas em nosso pacote era para termos ficado em uma outra hospedagem (que estava indisponível).

Nós adoramos a pousada, sim!

Uma coisa legal das hospedagens no Jalapão é que algumas dispõem de fervedouros dentro da própria pousada, os quais costumam ser abertos ao público durante o dia, mas bem cedinho ou pela noite são exclusivos dos hóspedes. Como mencionei, em São Félix do Tocantins nos hospedamos em uma dessas, a famosa Pousada Bela Vista.

Independentemente de onde você escolher se hospedar no Jalapão, é aconselhável fazer reservas com antecedência (caso você vá por conta própria) pois costuma ser alta a demanda por acomodações na alta temporada (estação seca), além de que as pousadas certamente darão prioridade às agências, com as quais elas possuem parcerias. Como sempre, recomendamos  que busque opções pelo Booking.com, onde é possível filtrar as opções de acordo com suas preferências. Clique aqui para realizar buscas!

Dicas Rápidas de Viagem para o Jalapão

Confira abaixo uma lista de dicas rápidas para a sua viagem no Jalapão. Se tiver alguma sugestão ou dúvida, não deixe de comentar mais abaixo.

  • Caso vá por conta própria, é preciso de um guia credenciado para conseguir entrar em algumas atrações, como nas Dunas do Jalapão.
  • É possível, sim, ir de carro convencional. No entanto, em muitos trechos é facinho de atolar no areião, e em algumas estradas (como a entre as Dunas do Jalapão e Mateiros) é definitivamente impossível de ir sem um 4×4. E, se chover… reze!
  • O sinal de internet é praticamente inexistente, então não conte com isso em casos de emergência e nem para seguir mapas.
  • Compre produtos de capim dourado, feito pelas comunidades quilombolas. Você estará levando um produto bonito, bem feito e ajudando a fomentar a economia da comunidade.
  • Se tiver tempo disponível, estenda a viagem e conheça as Serras Gerais (infelizmente, não conseguimos).
  • Experimente as frutas, sucos e iguarias locais, como o cajuí, buriti, pequi, bocaiúva…
  • Leve dinheiro em espécie para pagar a entrada nas atrações (caso não esteja incluso) e comprar produtos, sucos, etc.
  • Pesquise BASTANTE e compare as agências, veja seus roteiros e leia relatos de pessoas que já foram com essas agências.
  • Inclusive, esteja ciente que as saídas são “programadas” em datas pré-determinadas, então é você quem precisará ajustar as datas de acordo com as saídas, e não o contrário.
  • Tenha duas noites “coringa” em Palmas, uma antes de sair para a expedição, e outra no retorno. As expedições saem cedinho, e o retorno é à noite.
  • Cuidado com a trilha da Pedra Furada, principalmente se for alérgico a abelhas.
  • Praticamente não há trilhas, nós levamos a bota e usamos bem pouco. A sapatilha aquática foi bem mais útil.
  • Saia caçar estrelas! A região é bem isolada e conta com pouca poluição luminosa. Nós vimos o céu mais lindo de nossas vidas em São Félix do Tocantins, na Pousada Bela Vista (leia o relato para entender melhor).

Roteiro de 5 Dias por Conta Própria: O Que Fazer e Conhecer no Jalapão, Tocantins

Apesar de termos ido na expedição com uma agência de turismo, esse é um resumo do roteiro que eu teria feito caso estivéssemos por conta própria. Não há tantas diferenças em relação ao roteiro da agência, apenas alguns ajustes.

  • Dia 1: Traslado Palmas até Ponte Alta do Tocantins, visita à Lagoa do Japonês e final de tarde no Cânion Sussuapara (noite em Ponte Alta do Tocantins);
  • Dia 2: Prainha do Rio Novo, Cachoeira da Velha, rápida parada para vista da Serra do Espírito Santo e pôr do sol nas Dunas do Jalapão (noite em Mateiros);
  • Dia 3: Fervedouros Buritizinho, Licuri, Rio Sono, Buritis e Cachoeira do Formiga (noite em Mateiros);
  • Dia 4: lojinha de artesanato de capim dourado, Fervedouro do Ceiça, Encontro das Águas, Macaúbas e Por Enquanto, hospedagem na Pousada e Fervedouro Bela Vista (noite em São Félix do Tocantins);
  • Dia 5: Cachoeira das Araras e retorno para Palmas, com parada em Taquaruçu passando fim de tarde na Cachoeira da Roncadeira e Escorrega Macaco.

Relato de Expedição de 5 Dias ao Jalapão com a Agência Safari Dourado

Agora, se você quer saber mais sobre nossa experiência no Jalapão com a agência Safari Dourado, que ocorreu entre 03/08/23 e 07/08/23, continue lendo abaixo. Venha explorar conosco essas preciosidades que só encontramos nessa região: os fervedouros!

Obs: esse é um relato sincero, sem patrocínios. Nós pagamos normalmente para realizar a expedição com essa agência, e de maneira geral correu tudo bem e gostamos bastante. É claro que também ocorreram algumas coisas das quais não gostamos, e falaremos mais sobre isso durante o relato. Queremos ser transparentes aqui! 💓️

Dia 1: Traslado Palmas até Ponte Alta do Tocantins, Lagoa do Japonês e Cânion Sussuapara

Saída de Palmas para a expedição

A expedição começa saindo pela cidade de Palmas, que é o ponto de encontro indicado pela agência. Chegamos um dia antes, depois de viajar para o Maranhão e visitar a Chapada das Mesas, pegando uma estrada de mais de 9 horas de volta até Palmas. Ficamos sabendo de um casal que o voo atrasou, não chegaram a tempo da saída da expedição e acabaram perdendo o primeiro dia. Então, o ideal é deixar pelo menos o dia anterior livre como margem de segurança.

Alugamos um AirBNB no bairro Plano Diretor Norte por ser relativamente perto da Praia da Graciosa, a mais famosa da cidade, mas a realidade é que estávamos tão cansados da primeira etapa da viagem que nem tivemos vontade de sair turistar. A localização, no fim das contas, não foi das melhores, pois a hospedagem era bem longe do aeroporto, onde tivemos que deixar o carro depois de devolvê-lo, então o Uber ficou um pouco caro. O nosso “rolê” foi dar uma passada rápida pelo Shopping Capim Dourado, onde jantamos na noite anterior e logo retornamos descansar para a expedição.

Eis que, na manhã do dia seguinte, fomos buscados em nosso AirBNB pelo nosso guia, que também passou buscar nossos companheiros de viagem, Du e Iara, os quais são maravilhosos e acabamos nos aproximando bastante com o passar dos dias. Geralmente são grupos de 4 a 6 pessoas, e a agência cria um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação com os membros.

O carro era um 4×4 enorme, com um bom espaço no porta-malas – suficiente para todos os membros. Como estávamos em 5 (contando com o guia), pudemos levar a cargueira e coube tudo sem problemas, sem precisar colocar as coisas em cima do carro. A agência também providencia um cooler com muitos snacks (Club Social, Chocolate, Paçoquinha), além de amendoim, frutas e água.

Começo da expedição: parada rápida em Ponte Alta do Tocantins

Saindo de Palmas, são cerca de duas horas até a pequena cidade de Ponte Alta do Tocantins, onde fizemos uma rápida parada para ir ao banheiro e comprar gelo. As primeiras horas de passeio são de estrada, basicamente – na verdade, em quase todos os dias esteja preparado para passar boas e longas horas sentado dentro do carro.

Não encontramos o autor da imagem, entre em contato conosco por gentileza

Cerca de uma hora e meia depois, paramos para almoçar no Restaurante Dona Minervina, já bem perto da primeira atração: a Lagoa do Japonês. As refeições estavam todas incluídas em nosso pacote (e à vontade, bebidas à parte): café da manhã, almoço e jantar. E todos os restaurantes serviam uma comida realmente deliciosa!

Aparentemente, várias agências estavam começando a expedição naquele mesmo dia, então esse restaurante estava um pouco cheio. Tinha um cantinho do café bem fofo para aquele cafézinho digestivo, e a água com gás custou R$ 5, praticamente o mesmo preço em todos os restaurantes do circuito.

Depois de muita estrada desde Palmas, a fome veio rapidamente

Lagoa do Japonês, nossa primeira atração

A menos de 15 minutos do restaurante, já chegamos na encantadora Lagoa do Japonês. A entrada para este paraíso natural é paga (R$ 40 pelo day use em agosto/2023), mas estava inclusa em nossa expedição. Recomendo bastante levar sapatilhas aquáticas, pois tem muitas pedras (e várias delas bem afiadas), é facinho de se cortar. O Pietro foi marcado por uma delas, e tem uma cicatriz grande até hoje em sua canela. Outra recomendação essencial é a de levar um snorkel.

Quem não quiser levar pode alugar as sapatilhas por R$ 15, e tem também outras coisas para alugar, como salva-vidas (R$ 10), macarrão (R$ 2), e o local também conta com um “passeio de barco” (R$ 15 e R$ 20 para “fotos”), que sinceramente não acho que compense, e tirolesa (R$ 50).

Ao entrarmos, nos deparamos com uma infraestrutura relativamente boa, e há um pequeno deck para ajudar a entrar na água. Ansiosos para aproveitar o lugar, seguimos direto para a lagoa, deixando nossas mochilas na proximidade das pedras. A temperatura da água era bastante agradável.

O tal passeio de barco era feito em canoas transparentes. Não fizemos isso, e, apesar de parecer legal poder observar o fundo da lagoa, era muito mais legal explorar a lagoa nadando e usando o snorkel. O barco vai até uma gruta natural, mas dá para chegar tranquilamente por conta própria nadando (tem alguns trechos fundos, mas há várias pedras e troncos onde dá para se apoiar e descansar), e é uma experiência muito mais imersiva.

Essa é a parte mais linda de se fazer snorkeling, pois há uma parte bem profunda e escura, e, com os raios de sol penetrando a água, diferentes tons de azul se destacavam. Um ponto negativo é que a região da gruta estava bem cheia de pessoas, mas nada que atrapalhasse o passeio.

É bem mais fundo do que parece nessa foto

Um detalhe que pode causar aflição a algumas pessoas é a presença de pequenos peixes na água que adoram beliscar e podem dar a impressão de que estão mordendo, mas, na realidade, estão apenas investigando, pois confundem partes do corpo humano com alimento ou objetos. 🐟️

Um dos itens oferecidos pela agência é uma GoPro, a qual podemos usar livremente, e, nesse momento, pegamos ela para tirar várias fotos e gravar alguns vídeos. Essa câmera estava equipada com um acessório especial chamado dome, que é essencialmente um dispositivo em forma de lente redonda. Ele permite que a câmera seja colocada sob a água e capture tanto a metade subaquática quanto a parte acima da água.

Como meu celular já havia sofrido contratempos durante nossa jornada na Chapada das Mesas, usamos apenas a GoPro para fotos na água. As imagens registradas com essa GoPro são posteriormente disponibilizadas pela agência alguns dias depois, por meio de um link no grupo de WhatsApp que criaram para a expedição.

Adoramos poder usar a GoPro na Lagoa do Japonês!

Ficamos cerca de duas horas na lagoa, aproveitamos para ir ao banheiro e seguimos adiante para o próximo destino da nossa expedição.

Visita cancelada à trilha da Pedra Furada

Em nosso roteiro, o plano era ir para a trilha da Pedra Furada e depois seguir para a pousada. No entanto, tomamos conhecimento de que casos de ataques de abelhas são muito comuns e frequentes nessa trilha – inclusive naquela mesma semana houveram vários -, e uma das pessoas da expedição era alérgica (eu mesmo não sei se tenho alergia, mas pode ser que sim). Dessa forma, achamos mais prudente fazer outra coisa ao invés de correr riscos desnecessários nessa atração, e trocamos pela ida a um fervedouro a mais no terceiro dia (Licuri).

Cânion Sussuapara, cajuí e cremosinhos da Amandinha

Sendo assim, o guia sugeriu ir para o Cânion Sussuapara nas últimas horas de sol, ao invés de ir na manhã do segundo dia, quando estaria muito mais lotado. Foi uma boa ideia, mas o tempo que economizamos no segundo dia poderia ter sido melhor aproveitado (falo mais disso em seguida). 😵‍💫️

No caminho, vimos coisas bem curiosas, como manadas de bois cruzando a estrada. Também tomamos consciência do quão empoeiradas as estradas ficam, e, com os carros na frente, é difícil até de enxergar para onde está indo. Além disso, paramos para comprar refrescantes cremosinhos com a Amandinha, uma menina muito simpática e iluminada. Ela tem mais de 400 mil (!!!) seguidores no Instagram. Tivemos até a oportunidade de colher e experimentar os famosos cajuís, ou cajuzinho-do-cerrado.

O Pietro amou o cajuzinho-do-sertão (ou cajuí)

Eis que deixamos o carro perto da entrada do cânion e entramos. A entrada custa R$ 30 (incluso na expedição), e chegamos no horário limite – não havia mais ninguém lá, além da recepcionista. Descemos a escadinha até o cânion, e, apesar do horário não ser favorável por conta da luz solar, o cânion é bem bonito. Nas paredes tem vários galhos e cipós que pingam água toda hora. Eu já tinha visto no YouTube que essa água pode ser bebida, não sei se é verdade, mas eu abri a boca para pingar água dentro (e não morri 🤣️). 

Algumas pedras são meio avermelhadas e rosas. Recomendamos também usar a sapatilha aquática para caminhar ali dentro, porque caminhamos sobre pedras e água, mas também dá para ir de chinelo.

Depois de chegar na parte mais bonita do cânion, vire para o lado oposto e, em determinado ângulo que você olha, é possível ver uma fenda com o formato do estado do Tocantins (assim como vimos na Pedra Furada da Chapada das Mesas). Se o guia não tivesse avisado, teria passado batido. É um passeio bem rápido, e depois de uns 30 minutos já estávamos indo embora para a primeira hospedagem.

E aí, parece ou não?

Pôr do sol e Pousada Águas do Jalapão

Curtimos o sol se pondo na estrada – deu até para subir o drone rapidamente -, e finalmente chegamos na pousada do primeiro dia por volta das 18:30, a Pousada Águas do Jalapão. Nós geralmente ficamos em lugares mais econômicos, então essa pousada foi uma surpresa positiva – que lugar chique! Tinha até um pequeno ofurô. O jantar estava divino, e no barzinho do hotel encontramos o Cláudio, que foi nosso guia da Cachoeira São Romão e Prata na Chapada das Mesas, alguns dias antes.

Não somos muito de tirar esse tipo de foto, mas o guia insistia rsrs

O quarto também era muito confortável. Tinha ar condicionado, duas camas de casal, duas mesas e uma cadeira. No geral, gostamos muito desse lugar onde a agência nos alojou no primeiro dia. Bem, essa expedição definitivamente não é das mais baratas, e talvez uma forma de economizar nessa viagem, caso a tivéssemos organizado por conta própria, seria escolher hospedagens mais econômicas. Por um lado, pousadas de luxo como essa elevam o preço do pacote, mas, por outro, a experiência é bacana, principalmente para nós, que não vivenciamos isso normalmente em nossas viagens. É bem provável que a Safari Dourado consiga negociar valores melhores com a pousada.

Adoramos a Pousada Águas do Jalapão!

Dia 2: Prainha do Rio Novo, almoço em comunidade Quilombola, Dunas do Jalapão e Mateiros

Começamos o segundo dia com um café da manhã completo na Pousada Águas do Jalapão. O que o Pietro adorou nesta pousada foi a quantidade de pés de caju espalhadas em volta das calçadas e carregadinhos, ele ficou um tempão coletando as frutas (aquele cheiro impregnou no carro de um jeito… 😅️).

Esses ainda não estavam maduros, mas juro que tinham centenas prontinhos para serem consumidos

Praia (ou prainha) do Rio Novo ou Pixico ou Coração do Jalapão e almoço na comunidade quilombola do Rio Novo

Depois de umas 2:30 horas de carro, chegamos na prainha do Rio Novo. Foi uma experiência bem bacana, com água gelada e uma atmosfera que nos fez sentir como se estivéssemos em uma praia mesmo.

Ficamos debaixo das árvores, aproveitando o dia ao máximo, e ainda tiramos muitas fotos e vídeos incríveis com o drone. O Rio Novo, visto de cima, traz uma perspectiva incrível e revela sua beleza fotogênica, enquanto a praia oferece uma verdadeira sensação de litoral, com sua areia fina.

Ficamos relaxando por ali durante cerca de uma hora e meia, e fomos almoçar na comunidade quilombola do Rio Novo, em um restaurante bem próximo da prainha. Mais uma vez, o restaurante estava lotado, mas havia comida suficiente e saborosa. Do lado de fora também tinham algumas redes para aquela soneca pós almoço.

A redinha em volta do restaurante ajudava a conter os mosquitos

Contemplação da Serra do Espírito Santo, Morro do Saca Trapo e bar Recanto das Dunas

Pouco mais de uma hora e meia depois, tocamos adiante para as próximas “atrações”. Bem, como eu mencionei anteriormente, nós não somos patrocinados e esse é um relato sincero.

Sendo assim, seguimos: as atrações “Serra do Espírito Santo” e “Morro do Saca Trapo” eram meramente uma parada no meio da estrada para tirar uma foto. Não estou reclamando, pois inclusive no roteiro estava indicado que seriam paradas contemplativas, mas ficamos todos com a sensação de que aquilo estava na descrição do roteiro apenas para “encher linguiça”.

Bem próximo dali há um bar chamado Recanto das Dunas, e ali realmente não gostamos de parar. Quer dizer, é o tipo de lugar que não fazia o tipo de ninguém do nosso grupo. Preços astronômicos, barulheira, superlotação… nós gostaríamos de poder ter voltado à prainha depois do almoço ao invés de perder tempo ali, e infelizmente essa opção nem nos foi oferecida. 👎️

Por um tempo, ficamos um pouco confusos, sem entender por que nosso guia estava nos fazendo esperar. Passamos uns 1/3 do dia dentro do carro, então foi um pouco frustrante – começou a parecer que estava apenas tentando matar o tempo, e isso nos deixou um tanto desconfortáveis. Enfim, resolvemos pedir uma gelada e tentar relaxar e aguardar. Foi quase uma hora e meia desperdiçada totalmente em vão esperando o horário para o pôr do sol. 😬️

É claro que a vista é bem bonita, mas achamos o tempo no bar um desperdício

Pôr do sol nas Dunas do Jalapão e Lagoa das Dunas

Saindo desse bar, fomos adiante até as famosas Dunas do Jalapão, passando antes pela Lagoa das Dunas. Nessa lagoa, nem mesmo pudemos sair do carro, e para nós foi só mais uma atração que estava no roteiro apenas para encher linguiça. A verdade é que você passa a maior parte dos dois primeiros dias da expedição dentro do carro, em longas jornadas e com poucas paradas. No terceiro dia é que a viagem fica especialmente interessante, em termos de otimização de roteiro.

Apenas guias credenciados podem entrar ali, então se estiver indo por conta própria, precisa contratar algum com antecedência. O caminho depois do portão é terrível e estreito. É preciso também se atentar com o horário de entrada. Nós estacionamos o carro e fizemos uma trilha de menos de 10 minutos até as dunas.

Passamos por um rio que “circunda” as dunas e conta com várias palmeiras. Esse lugar é realmente muito bonito, e parecia que estávamos em um oásis no meio do deserto. Subimos uma das dunas e a areia ainda estava muito quente, chegando a queimar os pés às vezes. Estava incrivelmente lotado, e eu lamentei não ter trazido uma canga para me sentar. O sol ainda estava implacável e você fica totalmente exposto a ele, então vá protegido.

O Pietro saiu caminhando e explorando as dunas, e disse que gostou bastante de vê-las sob outras perspectivas, além de ter ido em lugares mais vazios. Quando o sol finalmente se pôs, todos aplaudiram, o que achei curioso… Na volta, o tráfego de pessoas e veículos fica intenso e congestionado, já que todos saem ao mesmo tempo.

Alguns apuros, Restaurante Dona Rosa e Pousada Vereda Tropical em Mateiros – TO

Já estava escuro e, essa ida até Mateiros, cidade base para os próximos dias, conta com possivelmente os piores trechos e estradas de toda a expedição. Para piorar a situação, nosso condutor por algum motivo resolveu dirigir de maneira imprudente, acelerando em altas velocidades naquelas estradas fechadas, estreitas, escuras, sem nenhuma sinalização e com diversas curvas fechadas. Ah, e é claro que o chão é 100% de areião. ⚠️

Não sei se foi para fazer graça, se exibir ou porque achava tudo aquilo legal. O que sei é que gerou grande desconforto e preocupação em todos do veículo, e o “clímax” desse comportamento débil foi que por MUITO pouco não sofremos um acidente, em uma curva muito fechada que resolveu entrar acelerando super rápido e quase perdeu o controle do carro. Nesse momento, até o Pietro, que geralmente se contém, fez um comentário para dirigir mais devagar.

Felizmente já estávamos chegando em Mateiros e sobrevivemos à essa experiência totalmente desnecessária. Antes de ir para a pousada, passamos jantar no Restaurante Dona Rosa, onde a comida também era bem boa – a banana frita é uma iguaria local inesquecível!

Queria comer 2 kg dessa banana frita

Por fim, terminamos o dia indo para nossa pousada em Mateiros, cidade bem pacata onde passamos duas noites. Inicialmente, a acomodação prevista era em uma pousada diferente, mas por algum motivo estava lotada (não entendemos o porquê de a reserva não ter sido feita antes), então acabamos em uma alternativa, a Pousada Vereda Tropical. Era bem confortável, definitivamente muito melhor do que os lugares que costumamos ficar, mas foi mais uma pisada na bola da agência. 😢️

A verdade é que o segundo dia foi o ponto mais baixo em questão da expedição e organização da agência; estávamos todos um pouco frustrados e traumatizados com a experiência no carro e ficamos um pouco receosos – ficou um clima estranho. De qualquer maneira, a Praia do Rio Novo e as Dunas do Jalapão são lugares bem legais; poder almoçar na comunidade quilombola também foi excelente, e os dias seguintes foram incríveis.

A paradisíaca paisagem das Dunas do Jalapão

Dia 3: Fervedouros Buritizinho e Licuri, Cachoeira do Formiga, Fervedouro do Rio Sono e Fervedouro Buritis

Começamos o terceiro dia com um delicioso café da manhã em nossa pousada. Tudo muito bem servido! Depois de muita expectativa, finalmente chegou a hora de conhecer os famosos fervedouros.

O azul impactante do Fervedouro Buritizinho. Começamos com o pé direito!

O roteiro desse terceiro dia, como mencionei anteriormente, envolve menos tempo na estrada. Os primeiros dois dias foram os mais cansativos, com longos trajetos até a região de Mateiros, onde estão localizados os famosos fervedouros, considerados os principais atrativos da região.

Fervedouro do Buritizinho, nossa primeira experiência em um fervedouro

O primeiro fervedouro da expedição foi o Fervedouro Buritizinho, que é o menor do Jalapão. Ele é bastante estreito e só comporta um grupo por vez, com um limite de permanência de 10 minutos por grupo. De acordo com o roteiro, só iríamos lá no 4º dia, mas o guia resolveu alterar e achamos uma boa ideia por ele ser o menorzinho e uma boa “introdução” a esses poços naturais.

Ali próximo, antes de chegar no fervedouro, passa o Rio Formiga, o qual suas águas cristalinas nos acompanha em várias outras atrações da região. A água era bastante convidativa e tinha até um balanço para se divertir.

Ficamos nadando e esperando pela nossa vez, e, após esse refrescante mergulho, entramos no Fervedouro Buritizinho e de cara já ficamos fascinados com as bolhas que emergiam do fundo, criando uma forte correnteza em direção à superfície. É impossível afundar, mesmo que tentássemos!

De fato, acabamos estendendo nosso tempo lá por cerca de 20 minutos, apesar do limite inicial de 10 minutos, pois não havia outros grupos esperando para entrar. Esses limites de tempo podem ser um tanto frustrantes, especialmente porque tínhamos enfrentado dois dias de viagem para chegar ao primeiro fervedouro e passar tão pouco tempo nele, mas não há muito o que fazer em relação a isso. Essa foi uma das poucas coisas que não gostamos muito no Jalapão, porém compreendemos que é necessário devido ao grande número de visitantes. Se cada grupo ficasse mais tempo, outros não teriam a oportunidade de entrar.

A nossa primeira experiência em um fervedouro, de qualquer maneira, foi inesquecível. E estávamos só começando! 😍️

Fervedouro Licuri e Rio Formiga

Em seguida, após uns 20 minutos chegamos na Pousada Licuri, onde recentemente foi descoberto um fervedouro de mesmo nome. Este não estava nos planos, mas a parada extra se deu devido a não termos ido na Pedra Furada (lembra-se?). E, para falar a verdade, foi uma adição excelente! Ficamos sozinhos lá por uns 40 minutos, pois, por ser recente, as agências ainda não costumam levar as pessoas – deu até para subir o drone.

O Licuri tinha uma ressurgência de água mais forte do que o Buritizinho, o que nos fez perceber que cada fervedouro tem suas características únicas. Isso foi uma das coisas que mais adoramos, pois em cada novo fervedouro, você começa a notar as diferenças e eleger os que mais gostou. Alguns têm buracos maiores no chão, enquanto outros têm mais areia. É realmente interessante explorar vários fervedouros, já que cada um oferece uma experiência diferente.

Além disso, seguindo o caminho elevado de madeira, chega-se também a um deck que desemboca novamente no Rio Formiga. A água de ambos era muito agradável, e a correnteza do rio era bem forte, apesar de suas águas absurdamente cristalinas. O local era rodeado por árvores e maravilhoso, parecia um cenário montado. 📸️

Cachoeira do Formiga

O terceiro e último atrativo antes do nosso almoço foi a Cachoeira do Formiga, um dos pontos mais conhecidos e esperados da expedição para mim. Quando penso no Jalapão, além dos fervedouros, claro, imediatamente me lembro de fotos do Instagram em uma cachoeira de um azul incrivelmente fluorescente que parece até irreal. Estava ansiosa para conhecer e capturar várias fotos lá, e não fiquei desapontada, mesmo que o local estivesse bastante movimentado.

A água da Cachoeira do Formiga não era gelada, mas nadar até suas quedas era um desafio. A correnteza do Rio Formiga é bastante forte e empurra em direção contrária. Havia uma escadinha que levava à base da cachoeira, onde as pessoas tiravam fotos e pulavam na água para gravar vídeos. Mas achei até que seguro, pois haviam bóias disponíveis e um salva vidas alerta no local. 🛟

Entramos também pelo outro lado, onde ficamos nadando e relaxando. Também brincamos bastante com a GoPro.

Curtimos uma horinha por ali. Na entrada, havia um espaço amplo com várias barraquinhas de artesanato feito com capim dourado, um material bastante utilizado na região para fazer peças artesanais. Também notamos a área de camping, que é uma opção para aqueles que fazem o roteiro por conta própria, sem uma agência. Isso nos deu até vontade de voltar ao Jalapão por conta própria e explorar a região com um orçamento mais econômico, acampando.

Os artesanatos de capim dourado são irresistíveis

Restaurante e Fervedouro do Rio Sono, e a medicinal cachaça de cataia

Saímos para almoçar um pouco tarde, por volta das 13h, e comemos em um restaurante no mesmo local do nosso próximo fervedouro. Como sempre, tudo delicioso, farto e saboroso, com destaque para uma abóbora kabocha especialmente gostosa. O Pietro resolveu pedir um suco de tamarindo sem açúcar, mesmo com todos os locais dando risada da cara dele dizendo o quanto ele iria se arrepender. 😂️

Dá uma olhadinha nessa bomba aí 🤣️

Ele e a Iara tomaram o suco e eu e o Du experimentamos. Provavelmente por conta disso, a Iara começou a passar muito mal de cólica, talvez não tenha descido muito bem. Só sei que, quando chegamos no restaurante, vimos uma tal “farmácia” a qual achamos bem engraçada, pois era simplesmente uma fileira de diferentes tipos de cachaça.

É farmácia mesmo ou só cachaça? Os dois!

Acontece que as cachaças realmente têm uso medicinal. Uma das funcionárias ofereceu algumas doses de cachaça de cataia, conhecido como “uísque caiçara”, e não é que o negócio funcionou instantânea e magicamente? Mal podíamos acreditar na eficácia da bebida. 😱️

Esperamos um tempo até fazer a digestão e, perto das 15h, descemos a pé até o fervedouro, o qual tinha uma característica peculiar: um formato explicitamente quadrado e águas de um azul claro impressionante. Também contava com buracos maiores, permitindo que nossos pés se movessem livremente sob a água, sem qualquer lugar para pisar.

Isso o tornou muito diferente dos dois primeiros fervedouros que visitamos, onde os buracos eram menores e mais espaçados. Aqui, os buracos formavam as famosas bolhas que tornam esses lugares únicos e que nos divertimos muito. Outra vantagem deste fervedouro era que ele não estava lotado; havia poucas pessoas e, portanto, tivemos a oportunidade de aproveitar o local por mais uns 40 minutos.

Fervedouro Buritis

Depois de um delicioso almoço e bons momentos no Fervedouro Rio Sono, rumamos para a última atração do dia, o Fervedouro Buritis. A entrada custava R$ 25, mas em nosso caso, estava inclusa. Eu estava especialmente ansiosa por esta atração, pois esse fervedouro tem um formato de coração, e eu já tinha visto várias fotos incríveis dele. A ideia era reproduzir essas imagens usando nosso drone para capturar a vista de cima.

Quando chegamos ao local, outro grupo estava saindo, o que nos permitiu entrar logo em seguida. No entanto, o que era para ser uma boa experiência acabou sendo um pouco frustrante. Houve uma confusão entre nosso grupo saindo e outro entrando, e não tivemos muito tempo para preparar e voar o drone, e nem mesmo para nadar e curtir o local. O grupo que chegou, inclusive, subiu o drone e pediu “exclusividade” para tirar as fotos (enquanto ainda estávamos lá).

Enfim… no canto esquerdo do fervedouro, havia um grande buraco, o maior de todos até aquele momento, de onde as maiores bolhas surgiam. Esse buraco em particular era ótimo para brincar, pois é realmente curioso como as ressurgências nos impedem de afundar. Apesar das complicações iniciais, conseguimos aproveitar esse lugar encantador e suas características únicas.

Voltamos para a segunda noite na Pousada Vereda Tropical. Para o jantar, ao invés de ir em um self-service à vontade, fomos levados até uma pizzaria, onde nos deixaram pedir duas pizzas para nós quatro. 🍕️

O que nos deixou confusos é que o guia também comeu um pedaço – de maneira alguma isso é um problema -, e as pizzas estavam realmente deliciosas, mas se duas já eram pequenas demais para nós 4, imagine menos de duas. Isso causou um estranhamento em todos, pois o jantar que estava incluído no pacote deixou a desejar nesse dia. Não sabemos ao certo se a agência não forneceu fundos suficientes para a refeição, mas acabamos passando um pouco de fome.

Essa pizza estava tão gostosa…

Dia 4: Visita à loja de artesanato de Capim Dourado, Fervedouros Por Enquanto e Macaúbas, e Pousada e Fervedouro Bela Vista em São Félix do Tocantins

Loja de artesanato de Capim Dourado na Comunidade Quilombola Carrapato

No dia seguinte, passamos por mais uma situação: aparentemente o carro estava com “algum tipo de problema” e fomos avisados disso em cima da hora. Por fim, saímos com mais de 1h de atraso da pousada, às 09:30 da manhã.

Nossa primeira parada foi em uma lojinha de artesanato de Capim Dourado na Comunidade Quilombola Carrapato, onde se vendia uma grande variedade de artesanato feito com capim dourado. Embora os preços não fossem exatamente baixos, as peças eram lindas e únicas, e certamente não dava para sair de lá de mãos vazias. Havia uma ampla seleção de pulseiras, brincos, anéis, enfeites de parede, cestas, potes e muitos outros acessórios feitos com capim dourado. Acabamos comprando algumas dessas peças como lembranças da nossa expedição. Também deixamos um adesivo da Moxileira lá, ao lado do adesivo do Crônicas na Bagagem, os quais são grande inspiração e amamos acompanhar.

Ali dentro é uma infinidade de produtos de capim dourado. Leva um presentinho para a mãe!

Fervedouro Macaúbas

Depois, seguimos para o Fervedouro Macaúbas. Chegando lá, também encontramos alguns produtos artesanais à venda, principalmente feitos de madeira, e o Pietro comprou uma plaquinha linda.

Esse fervedouro era bem organizado em termos de horários e tivemos que esperar alguns minutos para descer. O caminho era coberto pela vegetação e bem bonito. Havia apenas um casal no fervedouro quando chegamos, por volta das 11:30. Aproveitamos bastante o tempo dentro da água, tendo o fervedouro só para nós naquele momento. Além disso, as bolhas neste fervedouro tomaram o posto das mais fortes que tínhamos encontrado até então. Como notamos anteriormente, cada um deles tinha sua singularidade, e ficávamos constantemente impressionados com a beleza e as particularidades de cada local que visitávamos.

Almoço no Restaurante da Rosirene e Comunidade Quilombola do Prata 

Após nossa visita ao Fervedouro Macaúbas, dirigimos até a Comunidade Quilombola do Prata, onde tínhamos uma reserva no Restaurante da Dona Rosirene. Chegamos por volta das 12:40 e fomos muito bem recebidos pela Rosi, que é super fofa, e seu marido. Esta comunidade é formada por famílias quilombolas que mantêm um estilo de vida humilde e acolhedor.

O almoço na Dona Rosirene foi uma experiência única e marcante. Estava tudo muito saboroso, e tivemos a oportunidade de provar e comprar o café quilombola, além de rapadura e outros pratos deliciosos. Compartilhamos a refeição com outro grupo da nossa agência, liderado por um guia diferente.

Sem dúvidas um dos momentos mais especiais da viagem

Aparentemente a agência com a qual fizemos a expedição é uma das poucas que oferece essa experiência exata no restaurante da Dona Rosirene, pois ela é irmã de um dos guias da agência. A visita foi muito especial, pois a Dona Rosirene nos mostrou sua horta com muito orgulho e nos explicou que todos os produtos são caseiros e frescos. Sua família era extremamente humilde e amigável, e eles ficaram muito felizes com a nossa presença, e nós com a deles. 💞️

A horta da Rosi é de um capricho que dispensa palavras

Saímos renovados do restaurante da Dona Rosirene, e ainda fizemos uma parada na casa de sua sogra para tomar um café. Era outra família adorável, mas como estávamos em um grupo de quase dez pessoas, não conseguimos conversar muito. O outro grupo também estava ocupado em suas próprias conversas, e nos sentimos um pouco excluídos. Tinha um cafézinho disponível por R$ 10, mera contribuição simbólica para ajudar as famílias locais. Só não entendemos porquê o guia não informou sobre isso, pois parecia que não estava sendo transparente em relação às despesas extras.

Confesso que estávamos meio assim com a expedição por ter pego muito tempo de estrada, então começamos a nos incomodar um pouco porque às vezes parece até que algumas coisas eram feitas de propósito para queimar tempo. Não estou me referindo à essa visita que fizemos, a qual foi super especial e que ficamos muito felizes de fazer. Mas, por exemplo, queríamos muito ter ido no Fervedouro do Ceiça, pagando por fora mesmo, do nosso próprio bolso, e havia tempo suficiente para isso, mas infelizmente não houve boa vontade da “contraparte”.

Fervedouro Por Enquanto

Já era quase 15h, então nos dirigimos para o próximo fervedouro. Na entrada também havia uma barraquinha cheia de produtos artesanais de capim dourado (e com preços ainda mais convidativos). Fui ao banheiro e fiquei perdida por alguns minutos de todo mundo 😂️ eles estavam dentro da lojinha e eu pensei que já tinham descido até o fervedouro. Os chaveiros custam entre R$ 10 e R$ 15, enquanto as bolsas, em sua maioria, eram vendidas por cerca de R$ 100 a R$ 200. Além disso, havia biquínis disponíveis.

Seguimos até o fervedouro, onde entramos com outra turma da Safari Dourado. Este em particular tinha um grande buraco, semelhante ao do fervedouro Buritis, localizado bem no início. O Pietro tentou me afundar, mas foi impossível; a pressão da água nos impelia de volta à superfície. Nadar ali foi fascinante e prazeroso. Dava até para dar cambalhotas e ficar de cabeça para baixo, já que o corpo flutuava. Nos sentimos como crianças novamente. 🥰️

Fomos solicitados a deixar o fervedouro depois de uns 30 minutos, ainda que não tivesse ninguém lá para entrar depois de nós. Deixamos o local por volta das 16h.

Fervedouro e Pousada Bela Vista

A terceira e última pousada da expedição foi a Pousada Bela Vista, onde passamos nossa quarta noite. Passamos rapidamente pela cidade de São Félix do Tocantins e fomos direto para lá, fora da cidade. Esta pousada era também muito luxuosa, com destaque para uma piscina de borda infinita e até mesmo um fervedouro “exclusivo” para os hóspedes (à noite e pela manhã). O quarto estava impecavelmente limpo e confortável, além de ser bem grande.

Ficamos curtindo a piscina de borda infinita no pôr do sol e presenciamos várias araras voando em grupo por cima de nossas cabeças, foi um espetáculo!

A água estava gelada, mas o calor ainda era forte

De lá, fomos para o fervedouro, que à essa hora estava disponível apenas para os hóspedes, mas mesmo assim bem movimentado. O Pietro começou a passar bem mal nesse momento, e infelizmente não conseguiu curtir tanto esse fervedouro. Ele estava um pouco febril e tremendo bastante, mas fez um esforço para pelo menos entrar e ficar alguns minutos conosco.

A água estava meio gelada e de fato o ambiente estava um pouco friozinho, então não ficamos tanto tempo (podia ficar à vontade, e esse fervedouro é particularmente grande). Tem uma “torre” de madeira, de onde dá para tirar uma foto bem legal por cima (como um “drone humano”), mas não gostamos muito das luzes artificiais coloridas do local.

Vista da torre de madeira para o Fervedouro Bela Vista, durante mergulho noturno

De lá, fomos todos tomar um banho e descansar um pouco. O jantar foi muito saboroso, no restaurante da própria pousada. Como de praxe, a comida estava excelente, e fiquei com dó do Pietro pois ele praticamente não conseguiu comer nada. 🤢️

Comi por nós dois

Ficamos nós quatro conversando um tempão, e, assim que fomos dormir, aconteceu algo inexplicável: um apagão elétrico em toda a pousada, pouco depois de entrarmos nos quartos. Quando saímos para verificar o que aconteceu, para mim talvez o momento mais incrível da viagem: o céu mais estrelado que já tínhamos visto em nossas vidas.

Foi uma experiência surreal que eu não serei capaz de transmitir em palavras, mas conseguimos avistar claramente o braço da Via Láctea, e o céu estava incrivelmente limpo, pois a pousada fica em uma região isolada. Isso durou apenas alguns breves minutos. A Iara e o Du, que estavam no quarto ao lado, também saíram para apreciar o fenômeno. Ficamos surpresos porque ninguém mais saiu para ver, e com dó de quem perdeu a experiência mais surpreendente da viagem. 🌠️

Logo em seguida, a energia voltou, deixando-nos um pouco desapontados, pois queríamos continuar admirando o espetáculo celeste. Porém, ocorreram mais alguns apagões posteriormente, e todas as vezes saímos dos quartos e ficamos olhando para cima boquiabertos, como crianças. Foi como a cereja do bolo para encerrar a expedição de forma memorável, e nós quatro ficamos marcados por esse acontecimento.

Dia 5: Cachoeira das Araras, Serra da Catedral e retorno à Palmas

Depois de mais um ótimo café da manhã que, novamente, o Pietro praticamente não comeu, saímos da pousada por volta das 09h da manhã. Dava tempo de curtir o fervedouro antes do café, mas como ele não estava em condições, não nos animamos de enfrentar aquelas gélidas águas.

Cachoeira das Araras

Em menos de uma hora, chegamos na Cachoeira das Araras. A água também estava geladinha, mas achei lá bem bonito, adornada pelo seu entorno verde. Só tinham outras duas pessoas lá. Eu entrei um pouco e o Pietro ficou completamente destruído e passando mal dormindo equilibrado em cima de algumas pedras. 😂️

Ficamos pouco mais de uma hora lá e tomamos rumo, parando apenas para almoçar em um restaurante que eu não anotei o nome 😪️ mas era o que tinha mais variedade e opções para os vegetarianos. De novo, o Pietro praticamente não conseguiu comer.

Serra da Catedral

Por volta das 13:30, passamos pela Serra da Catedral, que podia ser vista e fotografada a partir da estrada. Era um paredão bem bonito, em um formato que realmente lembra uma catedral.

Uma outra parada que fizemos foi para esticar as pernas e ir ao banheiro em um posto na cidade de Lagoa do Tocantins. Já eram 15:30 à essa altura, e esse último dia é praticamente todo no carro, retornando até Palmas – foi bastante cansativo.

Despedida de nossos queridos amigos, chegada em Palmas e conclusão da expedição

Às 17:30, nos despedimos dos queridíssimos Du e Iara, que ficaram na Pousada Aldeia da Serra em Taquaruçu e nos acompanharam durante toda essa viagem. Esses dois  estão entre as coisas mais inesperadas e especiais da expedição, e pudemos nos conectar muito bem. Nos conhecemos, conversamos sobre assuntos profundos e parecia que já nos conhecíamos há anos. São pessoas muito leves e transbordam alegria; compartilhamos bons momentos, os quais foram coroados pelo apagão da Pousada Bela Vista. É sem dúvidas das amizades inesquecíveis que fazemos durante viagens e que esperamos poder nos reencontrar muitas outras vezes em oportunidades futuras.

Já ficamos com saudades desses dois um minuto depois da despedida

Por fim, chegamos em Palmas às 18:50, onde alugamos um quarto de uma casa no AirBNB. Nos despedimos também de nosso guia, que apesar de algumas intempéries, nos proporcionou bons momentos e também era divertido e animado.

O saldo dessa viagem é que fizemos dois grandes amigos, passamos alguns apuros, exploramos os fervedouros, passamos incontáveis horas em estradas de areião, e muitas coisas não saíram como esperávamos (tanto em um sentido negativo, como também em um positivo). É difícil tudo ocorrer de maneira “perfeita”, especialmente quando não somos nós que estamos no comando.

Ainda assim, nós adoramos a experiência e achamos que até valeu a pena, com algumas ressalvas. O primeiro e último dia são quase inteiros na estrada. O segundo dia foi bem frustrante, em termos de otimização de tempo. O terceiro dia, especificamente, foi o único que realmente se destacou, e pudemos ver muitas coisas, como pensávamos que seria desde o princípio. E o quarto dia foi legal, apesar de sentirmos que o tempo estava sendo “queimado” propositalmente.

Fervedouros do Jalapão: Qual é o Melhor?

É sempre difícil responder uma pergunta dessas. Desde a quantidade de pessoas no local até o tempo de permanência, a experiência em cada fervedouro pode ser afetada por diversos fatores externos. Mas, para sair de cima do muro, darei uma resposta: em termos de beleza e ressurgência, o que mais gostei foi o Fervedouro Buriti.

É realmente difícil escolher o melhor

Isso não significa que os outros não tem nada de especial, e muito menos que são feios. Cada fervedouro tem sua beleza única, e fica até difícil escolher qual é o melhor. Alguns têm ressurgências mais fortes, enquanto outros são mais espaçosos, e outros estão situados em cenários ainda mais belos, rodeados pela natureza. Abaixo, vou falar um pouco mais sobre cada um.

Fervedouro Pousada Bela Vista e Experiência Noturna

O que há de mais especial nesse fervedouro é que ele se situa dentro da Pousada Bela Vista. Sendo assim, quem se hospeda por lá terá a oportunidade das famosas “experiências noturnas” no fervedouro. E, como a atração só abre por volta das 08:30, é possível também curti-lo bem pela manhãzinha, antes que as dezenas de turistas comecem a lotar o local. Mas não se engane: outros hóspedes também estarão por lá.

Infelizmente, o Pietro estava doente na última noite de nossa viagem e acabou não conseguindo aproveitar tanto, mas todos nós entramos pelo menos um pouco. O poço fica iluminado por várias luzes ao redor, e eu até acho que algumas luzes coloridas ali são desnecessárias. É um lugar bonito por si só, não precisa de firula! Além disso, tem também uma “torre” de madeira de onde é possível tirar fotos de um ângulo superior.

As experiências noturnas nos fervedouros geralmente ocorrem nos que estão dentro de pousadas

Fervedouro Licuri

Esse fervedouro não estava em nosso roteiro, mas, como cortamos a trilha da Pedra Furada no primeiro dia, sobrou um espaço para encaixarmos em um dos dias. Também fica dentro de uma pousada, mas, como ele é relativamente recente e ainda não tão popular – descoberto há apenas alguns anos, as agências não costumam incluí-lo -, foi talvez o que mais tivemos de ficar curtindo, visto que nenhum outro grupo chegava no local para precisarmos sair. Deu até para fazer várias fotos e filmagens com o drone sem pressa nenhuma.

Além disso, mesmo quando precisamos sair, seguindo a trilha do fervedouro há um rio (se não me engano o Rio Formiga), que tem águas surreais de cristalinas e que parece um fervedouro gigante por si só, apesar de correnteza relativamente forte. Então são duas atrações em um lugar! Baita surpresa agradável, e está dentre os meus fervedouros preferidos.

O Licuri nem estava no roteiro inicial e foi um dos que mais gostamos

Fervedouro Rio Sono

Este fervedouro tem uma característica peculiar: ele é quadrado e suas águas tem uma tonalidade azul claro impressionante. Além disso, os buracos são maiores, permitindo que os pés se movam livremente sob a água, sem qualquer lugar para pisar.

O local também conta com um restaurante e até “farmácia” natural, com um grande leque de cachaças medicinais que inclusive foi utilizada por nós para curar uma cólica oriunda de um suco de tamarindo.

Quadradinho perfeito!

Fervedouro Macaúbas

Esse fervedouro era bem organizado em termos de horários e não pegamos fila de espera. Dispõe, possivelmente, das mais fortes bolhas que encontramos dentre todos os fervedouros que visitamos. Isso é o mais legal: cada fervedouro tem suas próprias características surpreendentes, e conforme você vai visitando, começa a compará-los.

Inicialmente você fica com aflição da ressurgência, mas depois é só diversão

Fervedouro do Buriti

A peculiaridade deste fervedouro é o que o torna tão famoso: visto de cima, tem um formato de coração. Até subimos o drone para tentar capturar uma foto e enxergar o tal coração – me digam nos comentários se acharam que realmente se parece. 💙️

No canto esquerdo, há um grande buraco com muita ressurgência e borbulhamento. Esse buraco em particular é ótimo para ficar “brincando”, já que é impossível afundar.

Parece ou não? O Pietro acha que não…

Fervedouro do Buritizinho

Foi o primeiro que conhecemos e realmente vale a pena deixá-lo para iniciar suas experiências nos fervedouros. Ele é estreito e bem pequeno comparado aos outros, comportando apenas um grupo de cada vez, mas uma gracinha e tem uma das cores mais bonitas dentre todos que visitamos. Por conta de seu tamanho, o limite de permanência é bem curto – cerca de 10 minutos.

Além disso, há um rio bem gostoso onde dá para se refrescar enquanto espera na fila para entrar no fervedouro, e uma boia para se pendurar e pular no rio, que é um pouco fundo e tem correnteza mas nada muito forte.

É pequeno, mas uma belezinha

Fervedouro do Ceiça

Mesmo tendo gostado de todos os fervedouros que visitamos, ainda assim esse me parece ser o mais bonito por conta da natureza nos entornos. E, se não for o mais famoso e visitado, é um deles, sem dúvidas. Pelo menos serve como desculpa para voltarmos à região… 😁️

Uma pena não podermos ter conhecido esse… Imagem: Diego Tour

Combinando Jalapão e Outros Lugares

Vale à pena conhecer Jalapão e Chapada das Mesas na mesma viagem? (Jalapada)

✅️ Em nossa opinião, sim, conforme comentamos em nosso Guia Completo do Parque Nacional da Chapada das Mesas. Ainda que sejam lugares bem afastados uns dos outros – a Chapada das Mesas fica no sul do Maranhão, a cerca de 9 horas de carro (saindo de Palmas) e em uma rodovia super perigosa (BR-226), enquanto as cidades que contemplam a região do Jalapão fica ao centro-leste de Tocantins, a cerca de 3 a 4 horas de distância de Palmas -, nós estamos acostumados a percorrer grandes distâncias em nossas viagens, mas também entendemos que não são todos que gostam de fazer essas loucuras.

A Chapada das Mesas para nós é o Monument Valley brasileiro

Por outro lado, mesmo acostumados em dirigir longas distâncias, nós subestimamos, sim, o cansaço acumulado das viagens. Não nos arrependemos do que fizemos, mas acho que não faríamos a mesma coisa novamente.

Ainda assim, uma coisa que levamos em consideração é a baixa probabilidade de ter outra oportunidade de conhecer esses destinos em um futuro próximo. Muitas vezes é pensando dessa maneira que terminamos fazendo esses roteiros malucos. 😅️

Mas, se você tem de 5 a 10 dias para conhecer o Jalapão, uma região que faz ainda mais sentido de juntar (no sentido de conveniência) são as Serras Gerais, as quais não fomos mas seria possivelmente algo que teríamos feito diferentemente em nosso roteiro.

Vale à pena conhecer Jalapão e Serras Gerais na mesma viagem?

Essa foi uma coisa que percebemos durante a viagem para o Jalapão, e a resposta é que, se você tem tempo suficiente, sim. Inclusive, dentre as regiões alternativas que mencionamos aqui para combinar (Chapada das Mesas, Chapada dos Veadeiros, Lençóis Maranhenses), essa é sem dúvidas a que mais faz sentido em termos de conveniência.

As Serras Gerais ficam ao sul do Jalapão e ao sudeste de Palmas, e é possível conectar algumas cidades entre ambas as regiões, como por exemplo Mateiros > Dianópolis e Almas > Ponte Alta. Acho que, se tivéssemos pensado um pouco mais antes de executar o que fizemos, teríamos optado por conhecer Serras Gerais ao invés da Chapada das Mesas – mas, repito: não me arrependo em nada, a Chapada das Mesas é incrível! 😍️

Vale à pena conhecer Jalapão e Chapada dos Veadeiros na mesma viagem?

Ainda não tivemos a oportunidade de conhecer a Chapada dos Veadeiros, mas eu não combinaria essa região junto com o Jalapão em uma mesma viagem. Ao invés disso, tenho uma sugestão de combinar com a Chapada dos Veadeiros um outro lugar que também ainda não pudemos conhecer: o Parque Estadual Terra Ronca e suas cavernas absurdas. Pesquise algumas fotos e você entenderá o porquê…

Vale à pena conhecer Jalapão e Lençóis Maranhenses na mesma viagem?

Como disse em nosso guia completo do Parque Nacional da Chapada das Mesas, conhecemos um casal super simpático – a Gabi e a Renata – que combinaram a Chapada das Mesas com os Lençóis Maranhenses. Mas, para o Jalapão, em minha opinião não faz sentido fazer essa combinação.

Uma sugestão de roteiro que faz muito mais sentido para explorar os Lençóis Maranhenses é a famosa Rota das Emoções, passando, além das famosas dunas, pelo Delta do Parnaíba e Jericoacoara. Ainda não pudemos fazer essa viagem, mas está na lista (infinita). 😁️

Quanto Custa Uma Viagem no Jalapão

O fator principal para estimar uma viagem dessas costuma girar em torno da decisão de contratar uma agência de turismo ou fazer tudo por conta própria.

📝️ No entanto, colocando na ponta do lápis, percebemos que os valores sairiam bem parecidos, independentemente de qual foi a escolha. É claro que viajar por conta própria dá autonomia e liberdade, mas é imensurável a experiência de contar com uma agência cuidando de todo o roteiro; estar sempre acompanhados de um guia que conhece bastante da região; e conhecer esses lugares exóticos com mais um casal incrível que levamos em nosso coração. Isso sem contar com o fato de que a responsabilidade e o estresse de estar com um carro em um lugar remoto como esse são maiores.

🗓️ Sendo assim, para garantir preços mais baixos, tente pesquisar e fechar o pacote o quanto antes. Defina a data que quer ir, quantos dias gostaria de ficar e atrações que você não quer perder. Compare os orçamentos e roteiros entre pelo menos 5 agências diferentes. Os preços não variam tanto entre as agências, saindo em média na faixa de R$ 600 até R$ 800 por noite.

Por exemplo, o Edu e a Iara, que foram conosco na mesma expedição, contrataram o serviço com mais de 4 meses de antecedência e pagaram por volta de R$ 2.600 (R$ 650 por noite), enquanto nós, que contratamos de última hora, pagamos R$ 3.000 (R$ 750 por noite, 15% mais caro).

Sugestões de Melhorias e Otimizações no Roteiro

Como fizemos essa viagem através de uma agência de turismo, o roteiro é “engessado” e pré-definido, de modo que contratamos o pacote já sabendo do que será feito. Sendo assim, considerando também que fomos guiados por uma pessoa que está sempre na região (e inclusive nasceu lá), em vários momentos foi perceptível que o roteiro estava bem otimizado (com, inclusive, mudanças estratégicas e bruscas, “em cima da hora”, para driblar a muvuca). A trilha da Pedra Furada, por exemplo, foi prudentemente cortada (em um consenso geral) devido ao risco dos ataques de abelha, e, no lugar, visitamos o Fervedouro Licuri no 3º dia (um dos que mais gostamos).

⏱️ Entretanto, em outros momentos também ficamos amargurados – com a impressão de tempo mal gasto ou perdido –, além de algumas “atrações” que, de certo modo, só estavam enchendo linguiça no roteiro proposto. Basicamente todas as atrações que indicam “contemplação da parte baixo” não são realmente uma atração, e sim apenas um rápido vislumbre do local, o qual ficava no meio do trajeto mas bem distante. Só na hora é que entendemos que a Lagoa das Dunas, Serra do Espírito Santo, Serra da Catedral e Morro do Saca Trapo eram paradas de alguns segundos para olhar de longe o lugar e tirar uma foto. Sinceramente, somente o Morro do Saca Trapo foi legalzinho de ver à distância.

Vamos por partes. No 1º dia, aproveitamos o tempo que sobrou no final da tarde (por ter cortado a trilha da Pedra Furada) para antecipar o Cânion Sussuapara, ao invés de conhecê-lo pela manhã no dia seguinte, pois ele estaria muito lotado, e, mesmo que a luminosidade não estava bacana, realmente tivemos o cânion só para nós, o que consideramos muito positivo. O problema foi que, no 2º dia, o tempo que ganhamos e tivemos livre foi desperdiçado completamente à toa em um bar (Recanto das Dunas), antes de chegar nas dunas para o pôr do sol. Ao invés de perder mais de uma hora nesse bar, que estava bem desagradável (barulheira, preços altíssimos, som alto e questionável, muitas pessoas…), poderíamos ter retornado depois do almoço para a Praia Coração do Jalapão, no Rio Novo, que ficava no caminho, e curtido lá por mais algumas horas, cortando completamente essa passagem desnecessária pelo tal bar. Evidentemente que algumas pessoas não concordarão conosco.

⏰️ Além disso, o pouco tempo disponível nos fervedouros é um pouco frustrante, pois são muitas horas de estrada e traslados – chegar nos lugares demora muito – para somente alguns minutos dentro dos fervedouros. É claro que a agência e o guia não têm culpa disso, pois são poços pequenos e limitados, mas em vários deles, como no Fervedouro das Macaúbas, estávamos completamente sós e nem tínhamos nada demais para fazer depois, então em alguns momentos pareceu um pouco de indisposição alheia para nos deixar lá curtindo o local por mais alguns minutos. Se dependesse de nós, ficaríamos o máximo possível em cada fervedouro (e se não há ninguém esperando na fila, pode-se de fato ficar à vontade).

😢️ Uma atração que sentimos muito a falta foi o Fervedouro do Ceiça, pois é um dos mais bonitos em nossa opinião (pelo menos é o que parece de acordo com as fotos) e, mesmo manifestando vontade de visitá-lo (oferecendo até pagar por fora), o engessamento no roteiro não permitiu isso. Entendemos o lado alheio também, visto que o pacote foi contratado já com o roteiro definido, mas só ilustra ainda mais o motivo pelo qual prezamos bastante pela autonomia em nossas viagens e que raramente viajamos através de agências de turismo.

Por fim, teríamos também estendido a viagem por mais alguns dias (pelo menos 2 ou 3 dias) para visitar a região das Serras Gerais. O Jalapão é uma região remota e, apenas para chegar lá, é bem trabalhoso. Sendo assim, visto que já havíamos ido tão longe, valia a pena ficar um tempo a mais e aproveitar a visita para conhecer essa região vizinha. Os roteiros do Jalapão de mais de 5 dias frequentemente incluem várias atrações das Serras Gerais, visto que são regiões bem próximas e convenientes de se visitar em uma mesma expedição.

Imagens que Mostram Por Que o Jalapão é Único

📸️ Montamos essa coleção de fotos apenas para ressaltar como essa região é tão surpreendente e cênica:

Vá, pelo menos uma vez, para o Jalapão: você não vai se arrepender

Considerações Finais

E este foi o relato de mais uma região que tivemos o enorme prazer e privilégio de conhecer! Diferente do que costumamos fazer, terceirizamos o roteiro e toda a logística para uma agência de turismo, e, apesar de alguns percalços, de maneira geral nós gostamos bastante da experiência, principalmente por ter conhecido e partilhado experiências com os queridíssimos Iara e Du.

Lembre-se de checar também a primeira parte de nossa viagem através do nosso roteiro de 7 dias na Chapada das Mesas. Com as experiências que tivemos pela região, também aproveitamos para escrever um guia completo para visitar o Parque Nacional da Chapada das Mesas. Conforme escrevi neste artigo, é um destino que pode ser combinado na mesma viagem ao Jalapão (assim como fizemos), então dê uma olhada antes de planejar sua viagem!

E também conte para nós nos comentários se já conhecem o Jalapão, ou se pretendem conhecer algum dia. Adoramos ler as experiências dos outros. 🥰️

🇧🇷️ Clique aqui para entrar em nosso grupo gratuito de WhatsApp sobre destinos nacionais!

Até a próxima!

Vídeos e fotos nos destaque do Instagram

Quanto gastamos em 1 dia em Colônia do Sacramento?

R$ 402,91

Despesas aproximadas por pessoa

  • Transporte R$ 195,46

    Balsa pela Colônia Express comprada na Cyber Monday + taxa de serviço da pessoa que nos emprestou o cartão - valor somente da ida (R$ 125)
    Onibus para Montevideo (R$ 70,46)

  • Alimentação R$ 81,77

    Almoço: Empanada (R$ 11,30)
    Mercado (R$ 37,42)
    Janta: Hambúrguer (R$ 33,05)

  • Passeios R$ 21,18

    Ingresso para os museus da cidade

  • Extras R$ 17,43

    Taxa do cartão Wise

  • Hospedagem R$ 87,07

    1 noite em Montevideo

Dicas todos os dias 😍

Lá no Instagram mostro minha rotina e do Pietro durante nossas viagens; quando não estamos viajando mostro como nos preparamos e compartilho dicas valiosas para te ajudar a economizar.

Stories • Roteiros no feed • Reels rápidos • Preços de produtos na gringa • Caixinha de perguntas • Dicas dos seguidores • rotina de viagem • promoção de passagens • melhores apps • fotos bonitas • consultoria gratuita
Seguro Viagem

Não viaje sem um!
Imprevistos acontecem e sua viagem pode sair cara.

Respostas de 4

  1. Estou planejando ir agora em outubro, o seu post está me ajudando muito a planejar a viagem, já que vamos por conta própria. Muito obrigado por todas as informações e pelo blog, com tudo escrito e fotos, muito melhor do que videos no Youtube!

    1. Boa noite Thiago! Ficamos realmente muito felizes que o post está lhe ajudando a se planejar, pois o nosso intuito era apenas esse mesmo – ajudar outras pessoas! Qualquer dúvida que tiver pode nos perguntar aqui pelos comentários mesmos, ou então em nosso grupo gratuito do WhatsApp de destinos nacionais. 🫶

Deixe um comentário para Thiago Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

📢 Não fique de fora!

Cadastre-se agora para receber dicas exclusivas e estratégias comprovadas.

Nome *
WhatsApp *
Digite um número válido caso queira entrar em um dos grupos gratuitos
E-mail *
Qual é o aeroporto mais conveniente para você usar?
Pesquisar
Explore nosso site

Entre em Contato Conosco

Algum problema, erro, dificuldade, dúvida, crítica, sugestão? Por favor, preencha o formulário abaixo - adoramos receber feedback!

Receba todos os nossos roteiros prontos

Todos os destinos em um só painel — preço promocional + bônus só neste mês!

Dias
Horas
Minutos
Segundos
mockup

Acessar agora — só disponível até o fim do mês!