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Norte da Argentina: Roteiro de 5 Dias em Salta e Jujuy

Norte da Argentina: Roteiro de 5 Dias em Salta e Jujuy

Viagem em 23 de novembro de 2023
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Olá, moxileiros!

No final de 2023, tivemos a oportunidade de fazer uma super viagem passando por alguns lugares que sempre sonhamos em visitar.

Depois de alguns dias em Buenos Aires, pegamos um voo até a cidade de Salta, que costuma ser a base para explorar a famosa região Norte da Argentina.

🇦🇷 ️Falando nisso, se você se interessa pela região, temos um grupo no WhatsApp para trocar informações, relatos e experiências sobre esses destinos.

Abaixo, detalharemos o roteiro que fizemos (montado de última hora), e já te adianto que o ideal teria sido pelo menos mais uns 5 dias para fazer tudo que gostaríamos! Deu para ver bastante coisa em 5 dias, mas deixamos de fazer algumas coisas devido à falta de tempo. Vamos para o relato.

O Que Fazer no Norte da Argentina, em Jujuy e Salta?

Quando mencionamos o Norte da Argentina, geralmente pensamos em duas províncias: Jujuy e Salta. Jujuy é famosa por suas montanhas coloridas e salinas, enquanto Salta é reconhecida por suas formações rochosas e vinícolas. Ambas compartilham uma fronteira com o Chile, o que torna a região bastante semelhante ao Atacama – de fato, combinamos nossa viagem com o Deserto do Atacama e foi uma combinação perfeita! Confira nosso post sobre as atrações do Atacama.

De forma resumida, algumas das coisas que podem ser feitas no Norte (ou Noroeste 🤔️) da Argentina são:

  • Explorar a cidade de Salta;
  • Descer pela Ruta 33 até Cachi, passando pela Cuesta del Obispo e Parque Nacional los Cardones;
  • Seguir pela Ruta 40 até Cafayate, passando pela Quebrada de las Flechas;
  • Experimentar as famosas vinícolas de Cafayate;
  • Voltar para Salta pela Ruta 68, passando na Quebrada de las Conchas;
  • Rumar em direção ao norte pela Ruta 9, conhecendo Purmamarca, Maimará, Tilcara, Uquia e Humahuaca;
  • E, por fim, pegar a Ruta 52 até o Paso Jama, seguindo até San Pedro de Atacama.

É praticamente esse o roteiro que fizemos e que você vai ler em nosso relato de hoje!

Algumas das paisagens lindas do norte da Argentina – províncias de Jujuy e Salta

Mapa de Atrações do Norte da Argentina: Salta e Jujuy

🗺️ Assim como fizemos em nosso post sobre as atrações do Deserto do Atacama e nosso relato do passeio no Salar de Uyuni, confira nosso mapa abaixo para localizar com mais facilidade as atrações da região.

O que é a Quebrada de Humahuaca, em Jujuy (Argentina)?

ℹ️ A Quebrada de Humahuaca é uma região deslumbrante localizada no noroeste argentino, mais especificamente no estado de Jujuy, onde estão cidades como Tilcara, Humahuaca (sim, mesmo nome), Purmamarca, Iruya e Maimará. É um estreito vale do Rio Grande, com cerca de 155 km de comprimento, que se estende em sentido sul-norte até a fronteira com a Bolívia.

🌵️ A região é conhecida por suas paisagens grandiosas, formações geológicas coloridas e formas incomuns, cactos gigantes e leitos de rios secos que se transformam em torrentes durante as chuvas.

Apresentando uma diversidade climática significativa, o clima da província de Jujuy, Argentina, vai desde o frio dos Andes até um clima subtropical presente em suas florestas, dispondo também de diferentes ecossistemas, como yungas, quebrada, altiplano e vales. Na quebrada de Humahuaca predomina o clima desértico, com o frio dando as caras no período de seca e nas noites do período chuvoso, mas no resto do ano com as temperaturas médias máximas variando entre 19° C e 23°.

A Quebrada de Humahuaca foi nomeada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela UNESCO em 2003, devido à sua importância histórica e beleza paisagística, tendo sido habitada por diversas culturas ancestrais ao longo de mais de 10.000 anos, incluindo os omaguacas, que deram nome ao lugar. Atualmente, a região é habitada principalmente pela etnia kolla.

Além de suas belezas naturais, a Quebrada de Humahuaca também possui riqueza arqueológica, com evidências visíveis de comunidades pré-históricas caçadoras-coletoras, do Império Inca e da luta pela independência nos séculos XIX e XX.

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Dia 0: Chegada em Salta e Ida até Tilcara

✈️ Nossa jornada começou em Buenos Aires, onde passamos 5 dias para comemorar o aniversário do Pietro (pelo segundo ano consecutivo na cidade). Pegamos um voo interno para Salta pela Aerolíneas Argentinas por menos de U$ 50 para duas pessoas. Preço excelente!

Disclaimers rápidos:

  • 📅 Como nós chegamos tarde no primeiro dia e fomos embora cedo no último dia, contamos apenas a quantidade de noites em que dormimos na região (cinco noites). Por isso esse foi o “dia 0”. Com um planejamento um pouco melhor que o nosso, você não perderia um dia a toa como nós.
  • 💸 R$ 1 estava valendo cerca de $180 pesos argentinos durante o período desse relato(23/11/23 até 28/11/23), com pequenas oscilações.

Traslado até Tilcara com Carro Alugado da FOX Car Rental

Essa viagem foi um pouco diferente do habitual, e não nos planejamos muito bem. Estávamos no aeroporto Ezeiza prestes a embarcar para Salta e ainda não tínhamos um carro alugado. Felizmente o Pietro encontrou no Google Maps a empresa FOX Car Rental e enviou mensagem para eles antes de entrarmos no avião. Só descobrimos que deu tudo certo quando pousamos em Salta. 😂

🚘️ O valor do aluguel de 5 diárias pela Fox foi de $114.800 pesos argentinos – por volta de R$ 645 no total ou R$ 130 por dia, baratinho. Pegamos a opção mais barata, um Renault Logan bem conservado e que deu conta do recado.

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Saímos 18:40 de Buenos Aires e chegamos perto de 21:10 em Salta. Às 21:20 já estávamos dentro do carro e pegando estrada rumo a Tilcara, nossa base pelas próximas três noites.

Renault Logan com o qual rodamos por quase 2 mil km na Argentina

Onde Fica Jujuy e Como Chegar?

📌️ Jujuy está localizada no norte da Argentina, fazendo fronteira com a Bolívia. Para chegar à essa província, você pode pegar um voo até a cidade de Salta, capital da província vizinha, ou até San Salvador de Jujuy, e, a partir dessas cidades, alugar um carro ou pegar um ônibus até Tilcara, uma cidade bem localizada para ser a “base” do passeio na região.

Não recomendo que pegue estrada à noite como fizemos – tente sair de Salta até umas 14:00 para não dirigir no escuro. Boa parte do trajeto é em pista única e o trecho final da Ruta 9, já próximo de Tilcara, é lindo – vale a pena se esforçar para ir durante o dia e poder apreciar as vistas.

Hospedagem em Tilcara: Hosteria La Estacion

Com uma rápida parada no caminho, levamos cerca de 4 horas para ir do aeroporto de Salta até a Hosteria La Estacion, em Tilcara.

🛌️ Chegamos às 02:00 da manhã na Hosteria La Estacion e o anfitrião deixou a chave para nós em uma caixinha com senha. Também alugamos de última hora o quarto, e, com café incluso, saiu por $66.000 pesos por 3 diárias para 2 pessoas, ou seja, cerca de R$ 60 por pessoa com café da manhã incluso.

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Dia 1: Purmamarca, Cerro de 7 Colores, Salinas Grandes

☕️ Depois de uma boa noite de sono, tomamos café, enrolamos um pouco e finalmente por volta das 11:20 começamos nosso dia de exploração. Sim, saímos tarde, mas ainda assim deu tempo de fazer tudo que gostaríamos. Também pagamos pelo serviço de lavanderia – $3.000 pesos para lavar todas as nossas roupas, menos de R$ 20. Nem preciso falar que valeu a pena, né?

Logo que saímos do hotel já foi possível ter um vislumbre do que veríamos nos próximos dias: montanhas abraçando o horizonte por todos os lados.

Lindos visuais na estrada saindo de Tilcara rumo à Purmamarca

A pequena cidade de Purmamarca e o Mirador del cerro El Porito (Cerro de los Siete Colores)

Como nossa hospedagem ficava bem na entrada da cidade, tomamos rumo diretamente até Purmamarca, para a nossa primeira parada: o mirante para o Cerro de los Siete Colores. Chegamos perto do meio dia.

A altitude de Purmamarca, localizada na província de Jujuy, Argentina, é de 2.324 metros acima do nível do mar, e este mirador fica em uma das extremidades internas da cidade, sendo possível chegar pertinho da base com o carro. Pagamos pouco mais de R$ 1 cada um para passar, e subimos o curto caminho em menos de cinco minutos até este belo mirante.

⛰️ Ali de cima é possível ver as famosas montanhas coloridas, bem como ter um panorama da pacata cidade de Purmamarca. Há também uma placa informativa com explicações geológicas sobre as cores que compõem as montanhas à sua frente: cinza, verde escuro, roxo, rosa escuro, branco, cinza amarelado e vermelho.

Mirante baratinho para ficar bem de frente com a Montanha de Siete Colores

Na saída, ainda vimos as primeiras lhamas da viagem! E descobrimos que ali é o ponto de partida para uma trilha (Paseo de Los Colorados) não tão longa que circundeia as montanhas coloridas. Definitivamente queremos voltar para fazê-la.

Plaza 9 de Julio, Feira Artesanal e Centrinho de Purmamarca

Descendo com o carro até uma das ruas do vilarejo, estacionamos e seguimos a pé até o centrinho, e foi ali na Plaza 9 de Julio que começou a perdição com os souvenirs. Não apenas os preços estavam bem interessantes, como também haviam muitas, muuuitas opções diferentes.

Desde os tradicionais ímãs, chaveiros e pratos, até ponchos, luvas, gorros, bolsas, tapetes, meias de lã, folhas de coca (!) e lhaminhas de pelúcia. Tudo na faixa de $500 a $5.000 (de R$ 3 a R$ 30 mais ou menos). Compramos as folhas para pelo menos ter algo que pudesse remediar caso sentíssemos mal da altitude nas próximas atrações.

Outra coisa que nos marcou e que você definitivamente precisa provar sao as famosas e deliciosas Tortillas Rellenas (recheadas). Essa iguaria de cerca de R$ 5 é feita por vendedores de rua e fáceis de encontrar. Já era por volta de 13:30, então resolvemos almoçar duas tortillas cada um e já foi o suficiente para nós (apesar de que dava vontade de comer umas 10). 😋️

Purmamarca é uma perdição para quem gosta de souvenirs

Mirador panoramico de Purmamarca e Mirador del Cerro de los Siete Colores

Perdemos mais uns 30 minutos caminhando nos quarteirões da praça principal e o Pietro viu no Google Maps um local chamado Mirador panoramico de Purmamarca. É claro que ele quis ir até lá, então estacionamos o carro, atravessamos a pista, cruzamos um rio seco e começamos a caminhar barranco acima. Em menos de dez minutos já estávamos em um ponto interessante.

Confesso que foi uma decisão bem acertada, pois achei a vista dali até mais legal que o mirante “principal” dentro da cidade, além de que foi possível ver a cidade de outro ângulo com as montanhas coloridas ao fundo. Também deu para subirmos o drone ali, visto que não tinha ninguém por perto. Recomendo demais!

Não dá para explicar o quão linda é essa cidade

Descemos de volta ao carro, dessa vez para uma última parada rápida, no Mirador del Cerro de los Siete Colores. No caso é apenas um ponto com a placa da província de Jujuy, nada muito especial mas valeu a foto. Lembrando que o Pietro montou apenas um esboço do roteiro e fomos descobrindo os lugares conforme íamos explorando e ele ia olhando no Maps.

Recomendo a parada antes de chegar em Purmamarca

A Cênica Ruta 52: Cuesta de Lipán e Monólito 4.170 MSNM

⚠️ Atenção: se você está lendo este post perto de março/2024 ou durante a temporada de chuva, lemos algumas tristes notícias sobre tempestades que devastaram muitos trechos da Ruta 52 e Ruta 9 e tornaram-nas intransitáveis. Portanto, busque informações atualizadas antes de tentar realizar esse roteiro.

Depois de ficar cerca de 3 horas em Purmamarca, tomamos rumo até as Salinas Grandes em um percurso inesquecível de cerca de 1h30min (68 km) pela Ruta 52. Não se preocupe – a estrada é asfaltada e, quando não, em ótimas condições. No entanto, esteja ciente que há muitas curvas fechadas e trechos íngremes.

Prepare-se para um trajeto maravilhoso, rodeado de montanhas e paisagens de tirar o fôlego, literalmente: você subirá acima dos 4 mil metros de altitude! Foi sem dúvidas um dos caminhos mais lindos pelos quais já passamos, e dava vontade de parar toda hora e ficar admirando a beleza da região. 🥰️

Você passa em alguns pontos marcados no Maps, como esses: Rocosas de Jujuy, Mirador Valle de Lipán, Mirador de la Piedra Sola e, finalmente, chega no caminho “encaracolado” da Cuesta de Lipán, que pode ser visto melhor do Mirador Cuesta de Lipán. Um verdadeiro prazer para os olhos!

Na Cuesta de Lipán dava vontade de parar o carro em todos os pontos da estrada

O tempo infelizmente acabou fechando bem quando estávamos lá em cima, então não deu para curtir tanto a vista como gostaríamos.

Um pouco adiante fica o Monolito 4170 MSNM Cuesta de Lipán, que, conforme o próprio nome diz, indica um dos pontos mais altos dessa estrada.

Se você nunca esteve em uma altitude como essas, saiba que pode sofrer de mal da altitude, com dores de cabeça, ânsia e outros sintomas. Portanto, preste atenção em seu corpo, mantenha-se hidratado e, se preferir, pode até comprar algumas hojas de coca em Purmamarca. Algumas pessoas falam que não presta para nada, enquanto outras (especialmente locais) dizem ser um bom remédio para tratar esse quadro.

O tempo estava fechado, mas ainda assim deu para ver lindos cenários

A Imensidão das Salinas Grandes de Jujuy: Ojos del Salar e Piletas de Cristalización

Depois de cerca de duas horas nesta bela estrada, eis que começamos a descer novamente, o tempo se abre e a paisagem muda abruptamente: já de longe começamos a avistar as Grandes Salinas!

O salar foi tomando conta do horizonte conforme nos aproximávamos

A estrada passa bem no meio do salar e ficamos um pouco confusos sobre como adentrá-lo. Vimos dois pontos de parada ao lado esquerdo e muitas minas de sal do lado direito, e depois de cruzar o salar quase inteiro, demos meia volta e paramos nesse último ponto que vimos, marcado no Maps.

Além de uma lhama de sal grande e uma bandeira da Argentina flamulando com os fortes ventos que chegam sem resistência, tem também banheiro (menos de R$ 1), alguns vendedores oferecendo souvenirs feitos de sal e um pequeno quiosque onde pode-se contratar guias para entrar nas Salinas.

Acontece que o acesso que leva realmente salar adentro é controlado, e supostamente só pode entrar pagando um guia. Não questionamos muito e pagamos a guiada, que custava $5.000 pesos (por volta de R$ 30) por veículo.

Ficamos um pouco confusos – essa parada era uma das “entradas” para as Salinas Grandes

O guia abriu a cancela e nos levou até um dos dois pontos prometidos no passeio. A primeira atração foram os Ojos del Salar, algumas pequenas lagoas com águas de coloração azul turquesa incríveis.

Em seguida, retornamos quase perto da área dos quiosques para a segunda e última parada nas Piletas de Cristalización, que eram “poças” retangulares perfeitas artificiais feitas através da mineração de sal.

🦙️ O Pietro comprou uma lhaminha de sal e teve a ideia de usá-la nesse local para tirarmos algumas fotos divertidas.

A chuva voltou a nos perseguir e uma tempestade se aproximava. Estávamos em um lugar completamente exposto, desprotegidos e vendo vários raios caírem a poucos km de nós, e a situação começou a ficar bem perigosa. De qualquer maneira, o passeio, que durou menos de 40 minutos, já estava se encerrando e demos o fora dali.

Esquenta para o Salar de Uyuni 🥰️

Apesar de ser um lugar magnífico, achamos que o guia pareceu extremamente indisposto a nos levar até lá, além de ser arrogante (sem motivos) e exageradamente controlador em alguns momentos e querer zarpar o mais rápido possível, como se não quisesse estar lá. Ironicamente, ele pilotava a moto devagar-quase-parando, quase que tentando “queimar tempo”. Enfim, para entrar nas Salinas não encontramos alternativas… valeu a pena.

Retorno à Tilcara e Rápida Parada em Maimará

Saímos das Salinas Grandes por volta das 18:00 e tomamos rumo de volta a Tilcara. Felizmente, não pegamos chuva no caminho de volta e, às 19:30 paramos rapidamente na pequena cidade de Maimará, logo antes de Tilcara, para tentar ir na Paleta del Pintor, uma atração que o Pietro havia anotado em seu mapa. 🎨️

Como estava quase escurecendo, estávamos um pouco confusos sobre como chegar no local da curta trilha, e acabamos trombando com um casal de brasileiros muito gentil que estava viajando e dormindo em seu carro. Trocamos uma ideia e eles nos indicaram o caminho certo – deixamos para voltar lá no último dia.

Jantar em Tilcara e Peña no Restaurante A La Payla

Era sexta à noite e entrávamos pela primeira vez em Tilcara. Apesar da chuva, a cidade estava bem agitada. O Pietro queria porque queria experienciar a famosa “peña” de Tilcara.

🎶️ Uma peña é um tipo de evento tradicional na Argentina, onde as pessoas se reúnem para desfrutar de música folclórica ao vivo, danças típicas e comida local. A Peña de Tilcara, especificamente, é conhecida por oferecer uma noite mágica aos visitantes, com uma variedade de pratos e bebidas locais e internacionais. Os músicos que se apresentam são considerados os melhores.

Nós rodamos um pouco a cidade em busca de uma peña e fomos seguindo a movimentação e as músicas. Foi assim que chegamos no A La Payla, um restaurante bem na frente da Plaza Cnel. Manuel Álvarez Prado, a praça principal da cidade. O restaurante estava lotado e sem mesas disponíveis lá dentro, então esperamos sentados em uma mesa do lado de fora (sim, ainda estava chovendo, mas parecia a melhor opção – para o Pietro, que queria de qualquer jeito ver a tal da peña).

O Pietro parecia uma criança querendo entrar 🤣️

Já era mais de 21:00 e finalmente sentamos lá dentro e pudemos curtir um pouco do espetáculo, que é realmente bem agitado e muito legal de acompanhar. Os cantores interagem com as mesas, perguntando para cada novos clientes que entravam de onde eram, e nos divertimos com alguns instrumentos diferentes que usavam.

Ele pediu um bife de chorizo ($5.000, menos de R$ 30), enquanto eu pedi o que viria a ser a pior pizza de mussarela que já provei na vida ($3.300, uns R$ 20). Gente, sem querer desmerecer, mas não consegui comer mais que dois pedaços! Até mesmo o Pietro, que sempre costuma devorar as sobras das coisas que peço, também não conseguiu. Pelo menos o bife dele estava muito bom, assim como a sopa de verduras ($2.000, ou R$ 12).

A pizza estava bonita, uma pena que o sabor não acompanhou

Já era mais de 22:00 quando saímos de lá e, para nossa surpresa, quando estávamos voltando para o hostel, notamos uma “passeata” (sob chuva) com um punhado de pessoas caminhando e tocando alguns tambores e outros instrumentos. Nos perguntamos, será que esse é o rolê das sextas à noite em Tilcara? Seguimos para o hostel descansar e entedemos o que aconteceu apenas no dia seguinte.

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Dia 2: Coperos de Tilcara, Ruta 9, Reloj de Sol e Trópico de Capricórnio, Uquia e Quebrada de las Señoritas, Humahuaca e Cerro de 14 Colores (Serrania de Hornocal)

Durante o café da manhã, perguntamos para a moça que trabalhava no hostel se ela sabia do que se tratava a tal passeata da noite anterior. Descobrimos que demos a sorte de passar pela cidade durante a Fiesta de la Copla.

Fiesta de la Copla em Tilcara

A Fiesta de la Copla de Tilcara é um encontro cultural que acontece na praça central de Tilcara com o objetivo de fortalecer uma das expressões mais populares e antigas da região, a copla.

A copla é uma forma de canto popular que conta histórias e expressa os sentimentos das pessoas. Durante a Fiesta de la Copla, mais de cem cantores e cantoras de copla se reúnem para compartilhar sua arte e fortalecer essa manifestação cultural ancestral e tradicional. O evento também serve como uma preparação para o tradicional Encontro de Copleros de Purmamarca, que acontece posteriormente.

Fomos até a cidade comprar água e alguns snacks para consumir durante o dia e, mais uma vez, notamos uma passeata com batucadas rolando. Seguindo a multidão, chegamos na praça principal da cidade, onde percebemos que as pessoas estavam reunidas ao redor de duas santas, e também vimos alguns grupos musicais (como se fossem equipes) com trajes específicos. Cada hora um desses grupos se apresentava, quase como se fosse uma “competição” estilo carnaval.

Achamos tudo aquilo bem interessante e foi muito legal de poder vivenciar isso. Saímos de Tilcara por volta das 10:45, agora pegando a Ruta 9 sentido norte. No caminho vimos uma procissão no acostamento da estrada regada a mais batucadas.

Adoramos ver esse tipo de celebrações locais

O Que Fazer em Tilcara (Jujuy)?

Há várias atrações na cidade de Tilcara, mas lamentavelmente não deu tempo de a explorarmos o suficiente. Alguns desses atrativos incluem o sítio arqueológico de Pucará de Tilcara, a cachoeira Garganta del Diablo, as Cuevas de Waira e o Jardín Botánico de Altura. Ficou para uma próxima!

Ruta 9 e o Relógio de Sol marcando o Trópico de Capricórnio

Cerca de 15 minutos (16 km) de estrada, logo antes da cidade de Huacalera, fizemos uma parada rápida em um monumento curioso. Trata-se de um “relógio de sol” (marcado no Maps como Trópico De Capricornio – Reloj de Sol) que marca o ponto em que o Trópico de Capricórnio passa pela região. Também tivemos a oportunidade de passar em uma placa do Trópico de Capricórnio nos dias seguintes, mas já do lado chileno, durante nossa exploração pelo Deserto do Atacama.

Além do grande relógio de sol, que devia ter uns 7 metros de altura, também tinha um pequeno monólito indicando o Trópico de Capricórnio e, onde estacionamos o carro, várias barraquinhas com artesanatos incrivelmente baratos. O Pietro comprou uma plaquinha decorativa de barro super legal ali por cerca de R$ 10.

Alguns dias depois vimos a marcação no Deserto do Atacama…

Iglesia de San Francisco de Paula e Plaza de Uquia

Mais uns 15 minutos de estrada (17 km) e chegamos na pequeníssima cidade de Uquia. Paramos rapidamente na praça, onde o Pietro comprou uma touca em uma das diversas lojinhas da praça principal do vilarejo.

⛪️ Ao lado fica também o famoso Templo de la Santa Cruz y San Francisco de Paula, construído em 1691 e declarado monumento histórico em 1941, que conta com uma coleção de dez pinturas centenárias de anjos arcabuzeiros, além de um belíssimo altar de ouro.

Cidadezinha minúscula, mas fofa

Uquia: Quebrada de las Señoritas, Cañón de las 13 Curvas e Anfiteatro

Seguimos adiante para fazer uma das trilhas da Quebrada de las Señoritas. Apesar de ser estrada de terra, pode-se chegar de carro bem até a entrada (o trecho final fica um pouco ruim, mas chegamos com um carro de passeio sem muita dificuldade). Vimos várias pessoas que chegaram em Uquia de ônibus e subiram até esse ponto a pé, mesmo – fica um pouco mais cansativo, mas é totalmente viável. Outras pessoas estacionaram o carro um pouco antes, e não vimos necessidade disso.

A entrada custou $300 cada um (menos de R$ 2) e a guiada, $1.300 pesos cada (menos de R$ 8). Antes era possível fazê-las por conta própria, mas depois de alguns acontecimentos, como por exemplo vândalos escrevendo coisas nas rochas, os locais passaram a exigir um guia obrigatoriamente acompanhando os grupos.

São duas opções de trilha: a primeira é mais simples, com menos de 4 km e leva de 1 hora e 30 minutos a 2 horas, passando por dentro dos cânions e chegando no Anfiteatro, e a outra, mais completa, leva cerca de 8 km que leva de 3 a 4 horas e, além de fazer a primeira trilha, também leva até um ponto para ver o Cerro de las Tres Señoritas e à Cueva de las Señoritas. Como estávamos sem tempo, optamos pela mais curta, mas definitivamente teríamos ido na mais longa caso tivéssemos mais tempo.

☀️ Vá muito bem protegido do sol, com chapéu, blusa de manga longa, calçados confortáveis e filtro solar, além de levar água e algum lanchinho ou snack para comer durante o descanso.

Me lembrou muito o Valley of Fire nos Estados Unidos

A trilha é maravilhosa. Vamos caminhando pelo que parece ser o leito de um rio seco e passando por vários altos Cardones, que são cactos centenários da vegetação local. O percurso é todo exposto ao sol forte.

Em seguida, começamos a entrar nas lindas curvas dos cânions, com alguns pontos de sombra para descansar (particularmente achamos bem tranquila a caminhada). Cada curva era uma bela surpresa. São feitas paradas rápidas para fotos, e a todo momento o guia vai explicando sobre histórias locais, bem como lendas, curiosidades sobre a vegetação e as formações rochosas da região.

Por fim, chegamos no Anfiteatro, e rapidamente você entende o motivo: o guia tirou um instrumento de sua mochila (creio eu ser uma flauta) e começou a tocar belas canções andinas, inclusive a clássica El Condor Pasa. Por ser um paredão fechado, a acústica do local tornou a experiência ainda mais especial.

Ficamos uns 10 minutos ali descansando, comendo os snacks e curtindo a trilha sonora, todos em silêncio apenas apreciando o momento. Nosso grupo levou cerca de 70 minutos para chegar, e a volta foi mais rápida, em cerca de 40 minutos.

Marte ou norte da Argentina?

Arte Guanuco

Retomando a Ruta 9 por volta das 14:30, passamos em frente a um guanaco (ou lhama?) gigante de cerâmica que depois descobrimos ser o Arte Guanuco, um local para ver lhamas, assistir peças de cerâmica serem feitas no torno e comércio de outras peças de artesanato. Infelizmente, não deu tempo de pararmos.

Humahuaca e Monumento aos Heróis da Independência

Mais uns 20 minutos de estrada e chegamos na cidade de Humahuaca, a maiorzinha dentre as que passamos, e onde logo na entrada paramos em um suposto centro de informações turísticas. Vimos várias pessoas uniformizadas abordando outros turistas, e uma dessas pessoas, que se identificou como guia local, disse que era necessário contratar o passeio até a Serrania de Hornocal pois nosso carro de passeio não chegaria, além de tentar nos apressar (pois era quase 15:00), falando que era “pegar ou largar” e que aquela era uma das últimas saídas.

A realidade é que o caminho, apesar de ser de terra, é razoavelmente bom. Uma subida íngrime até o cerro, porém dá para ir tranquilo, e percebemos que não passava de papo de vendedor. Claro, se estiver sem carro, contrate um desses guias. Estavam cobrano $6.000 pesos (R$ 35).

Mas, antes de subir, paramos rapidamente na cidade para conhecer o Monumento a los Héroes de la Independencia, uma bela obra cheia de detalhes e construída em um ponto alto da cidade e que se destacava facilmente à distância.

Também descemos o escadão em frente para visitar a pracinha principal e ver a igreja, como fizemos em todas as cidades pelas quais passamos, mas a passagem ali foi realmente bem rápida, coisa de 5 minutos. Se tiver tempo, recomendo ver com mais calma o Cabildo e a Igreja da Candelária e Santo Antônio, além de explorar as ruelinhas e suas dezenas de barraquinhas de artesanato.

Outra cidadezinha pacata cheia de souvenirs, mas Purmamarca tinha mais opções

Estávamos com pressa para ir logo até uma das atrações principais dessa região…

Serrania de Hornocal, o Cerro de 14 Colores

Sem enrolar muito, saímos da cidade em direção às montanhas, mais especificamente pela Ruta Provincial 73, uma estrada de terra que, como comentei anteriormente, nos “aterrorizaram” que carros de passeio não chegavam (até paramos para tirar fotos da parte de baixo do carro e comparar caso tivesse algum estrago), mas realmente achamos que estava em condições bem aceitáveis. O único ponto de atenção é que tem muitas curvas e, portanto, é preciso cautela em vários momentos.

Esse caminho nos levou acima dos 4.200 metros sobre o nivel do mar, tendo inclusive em determinado momento um belíssimo mirante com uma placa indicando essa altitude e parte da estrada sinuosa pela qual subimos ao fundo. Já estávamos muito felizes com a decisão de arriscar a ida até o Hornocal!

Um pouco mais adiante, vimos os primeiros animais “selvagens” dessa viagem – alguns guanacos aleatórios nas encostas ao lado da estrada.

Só por essa vista ali já tinha valido a pena

E, depois de quase 1 hora e 30 minutos desde nossa saída de Humahuaca, finalmente chegamos na portaria da Comunidad de Hornocal. A entrada custava meros $250 pesos (pouco mais de R$ 1) e é permitida até as 18:00 – era cerca de 16:30.

Passando pela portaria, dirigimos mais uns poucos minutos e enfim chegamos nas famosas montanhas de 14 cores. Foi possível, de cara, entender a fama desse lugar: uma paisagem de outro mundo.

Depois de estacionar, um pouco à esquerda há uma espécie de “tenda” onde, dentro, tinham duas vendedoras de alguns artesanatos e outras coisas – compramos caramelos de coca, pois, lembrando, estávamos a 4.350 metros de altitude! Foi um dos lugares onde mais nos sentimos ofegantes, mas nada muito difícil de lidar.

🇦🇷 ️Em frente à essa tenda fica um dos pontos mais legais para tirar fotos: um letreiro colorido do Hornocal com a bandeira da Argentina e as coloridas montanhas ao fundo. A única recomendação que eu daria aqui é tentar chegar mais cedo do que esse horário que fomos, pois o sol já estava perto de se por e a iluminação não destacava tanto a aquarela das montanhas.

Realizada de ver as lindas montanhas coloridas de Hornocal!

A partir desse momento, são duas opções: ou você fica ali mesmo na região do estacionamento contemplando o visual sentado nas muretinhas de pedra, ou desce o barranco na curta “trilha” até mais pertinho do Cerro de 14 Colores. Tome muito cuidado caso não tenha preparo físico, pois a subida pode ser extremamente desgastante (tornando-se até perigosa) por conta da altitude – é um barranco super íngreme.

Nem preciso dizer qual alternativa nós escolhemos… depois de descer esse primeiro barranco, dá para caminhar ainda mais, descendo por uma outra trilha que, chega, na minha opinião, no ponto mais lindo para ver as montanhas. Ficamos bem de frente com elas!

Descemos até ficar de frente com as montanhas, mas o fôlego vai embora hehehe

Vale super a pena o esforço até lá. Para voltar, caminhe devagarinho – um passo de cada vez -, e fazendo algumas pausas. O morro final, que dá no estacionamento, judia bastante, e é até engraçado ver de longe as pessoas subindo em câmera lenta. 😮‍💨️

Por volta das 18:00 já estávamos lá em cima novamente, e aproveitamos os últimos minutos nesse lugar espetacular para voar rapidamente e tentar algumas fotos aéreas das montanhas. Como estávamos no limite do horário e o tempo começou a fechar, não deu tempo de muitos registros, mas saímos de lá bem satisfeitos.

Com o sol poente, as montanhas já não estão mais tão coloridas

Inclusive, logo depois de passar pela guarita, ainda conseguimos algumas fotos magníficas de um rebanho de guanacos.

Reunião de guanacos fofinhos

O tempo fechou de vez, mas o caminho de volta ainda guardou algumas surpresas. Com o sol se pondo e o céu carregado, o contraste dessa iluminação deixou a estrada ainda mais linda, e algumas nuvens curiosas nos seguiram por todo o trajeto até chegarmos em Humahuaca novamente.

Esse final de dia foi um absurdo de lindo!

Retorno até Tilcara e Janta no El Chiringuito

De lá, seguimos direto de volta até Tilcara, chegando depois das 21:00. Ufa, dia cansativo mas produtivo!

Fomos direto para um restaurante que o Pietro encontrou no Google Maps chamado El Chiringuito e se tratou de uma surpresa muito positiva para finalizar o dia. Eu pedi uma milanesa com fritas, enquanto ele experimentou as famosas entrañas argentinas, que é basicamente a nossa fraldinha. Estava tudo divino e com preços super em conta.

Jantar muito gostoso e barato em Tilcara, no restaurante El Chiringuito

Dia 3: Despedida de Tilcara e Jujuy, Maimará e Paleta del Pintor, Retorno até Salta, Ruta 33 passando por Cuesta del Obispo, Parque Nacional los Cardones e Recta del Tin Tin, Pernoite em Cachi

Em nosso último dia na Quebrada de Humahuaca, fizemos check-out por volta das 10:00 e partimos ao sul pela Ruta 9.

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Maimará, Paleta del Pintor e Mirador de la Virgen

🎨️ A primeira parada foi na cidade de Maimará, mais especificamente próximo da entrada da trilha até a Paleta del Pintor, a qual tentamos ir naquele primeiro dia de roteiro mas ficou muito tarde.

O caminho que leva até o Mirador de la Virgen começa aqui, logo depois de cruzar um trilho e passar por uma ponte. Essa entrada não é tão bem sinalizada, então perdemos alguns minutos até encontrá-la.

A subida até a pequena capela é íngreme, mas bem rápida, e em menos de 10 minutos já estávamos lá em cima. O dia estava bem ensolarado e aberto, então foi lindo ver a pequena cidade de Maimará e as montanhas que adornam seu fundo.

Vista do Mirador de la Virgen, de frente para a cidade de Maimará

Lembrando que você estará “sobre” a paleta do pintor, que são várias colinas coloridas parecidas com um mini-Hornocal. Sendo assim, aproveitamos para voar rapidamente ali e conseguir belos registros com a paleta “atrás” de nós.

Também é possível continuar subindo pela trilha e passando literalmente em cima das montanhas coloridas – amarela, vermelha e cinza. Como estávamos sem tempo, ficamos só ali pela capelinha mesmo. O caminho não tem exatamente um fim, e lemos que dá para subir por mais de 1 hora, sendo o ideal parar na cor cinza, assim que ver um grande cardon (cacto).

O Mirador de la Virgen fica ali na segunda “colina” colorida (que parece ter um caminho triangular)

Mirador del Monolito em Maimará

Tomamos rumo na Ruta 9 novamente, mas logo já paramos no acostamento para subir até outro mirante, o Mirador del Monolito. Há uma estátua de Cristo apontando para frente, e tem-se uma vista maravilhosa para a vila e para a Paleta do Pintor. Achamos, inclusive, a paisagem mais interessante do que a do mirante o qual tínhamos acabado de ir.

Nos próximos minutos de estrada passando ao lado de Maimará tem muitas paradas e dava vontade de conhecer todas, mas as vistas eram semelhantes entre si e estávamos com um pouco de pressa. Finalmente nos despedimos da província de Jujuy.

O Mirador del Monolito fica de frente para Maimará e para a Paleta del Pintor

Belezas da Ruta 9 e Mirador del Río Grande y el Puente de Jaire

O regresso pela Ruta 9 é cênico, com belas montanhas nos acompanhando por um bom tempo. Como chegamos de madrugada no primeiro dia, ainda não tínhamos visto essa beleza natural por inteiro. 😍️

A parte montanhosa termina conforme nos aproximamos de San Salvador de Jujuy, e fizemos a última parada no belo mirante do Rio Grande e da Ponte de Jaire. Foi interessante ver como a paisagem vai se tornando cada vez mais verde e arborizada. Era perto de 12:40.

É muito perceptível a mudança de clima e visual – Salta é bem mais verde

O clima da província de Salta, Argentina, é temperado. Durante o verão, de dezembro a março, as temperaturas são mais elevadas, superando os 30°C. No entanto, este período também é marcado pelas chuvas, sendo janeiro o mês mais que mais chove.

Chegada em Salta e Compra de Passagens para o Atacama na Rodoviária

Ainda tínhamos dois dias de exploração pela província de Salta, mas, chegando na cidade de mesmo nome por volta das 15:00, passamos rapidamente pela rodoviária para comprar nossas passagens de ônibus da empresa Andesmar até San Pedro de Atacama, a próxima etapa de nossa viagem. Pagamos $30.000 pesos por pessoa (cerca de R$ 175) para bilhetes do dia 29/11/23. O ônibus sai às 01:00 da manhã e chega perto das 12:00 em San Pedro.

Compramos nossas passagens para o Atacama pela Andesmar

Ruta 33 e Puente Mal Paso

Também abastecemos o carro – apenas a segunda vez abastecendo, depois de rodar todo esse caminho nos dias anteriores. Assim, antes das 16:00 estávamos na estrada novamente, dessa vez a Ruta 33 rumo à Cachi. Prepare-se para um dos mais belos percursos de sua vida, percorridos em cerca de 3 a 5 horas (com muitas paradas, e você vai entender o porquê).

A primeira que fizemos foi na Puente Mal Paso, onde conhecemos um casal local muito simpático e curtimos a vista para o Rio Escoipe. Tinha uma carcaça de cavalo aparentemente fresca perto do rio, e eles nos disseram que provavelmente era uma vítima de pumas.

Infelizmente estávamos com pouco tempo e já retomamos a estrada, a qual foi ficando mais cênica e linda conforme nos aproximávamos da Cuesta del Obispo. A paisagem foi mudando e nos impressionando cada vez mais! Mesmo esse trecho sendo de terra, não passamos por nenhuma parte exageradamente ruim.

Dá para ver a carcaça do cavalinho ali no rio?

Valle de Lerma, Quebrada La Sirena, Quebrada del Escoipe, Cuesta del Obispo, Piedra del Molino

A Cuesta del Obispo é um trecho sinuoso e íngreme da Ruta 33, localizada entre a Quebrada de Escoipe e a Piedra del Molino, na província de Salta, no norte da Argentina.

⭐️ Enfim subimos por toda essa estrada cheia de curvas, e ainda que as nuvens estivessem fechando a paisagem, posso dizer que, de todas as viagens que fizemos, esse foi um dos trechos de estrada mais lindos pelos quais já passamos, principalmente na altura da Quebrada “La Sirena”.

Muitas montanhas e desfiladeiros

Fizemos também muitas paradas rápidas para curtir outros belos mirantes com vistas para o Valle de Lerma e da Cuesta del Obispo. Uma pena que o tempo fechou de vez (estávamos agora acima dos 3.450 metros de altitude), e não deu para curtir tanto as vistas do vale e da região.

Alguns lugares me remetiam à Islândia

Há vários mirantes marcados no Google Maps, como o Mirador El Balcón e a Piedra del Molino, mas seguimos em frente pois a neblina já nos impedia de ver qualquer coisa. Isso sem falar no vento fortíssimo!

Uma pena que estava nublado… mais uma desculpa para voltar!

Parque Nacional Los Cardones, Mirador Ojo del Condor, Recta del Tin Tin e Mirador Secretos del Cardonal

Finalmente chegamos nas altas planícies do Parque Nacional Los Cardones, uma área protegida de mais de 65.000 hectares. Seu nome deriva da vegetação característica da área, que é dominada pelo cacto cardón grande, o qual consegue viver por séculos. O parque também abriga restos fósseis de animais extintos, pegadas de dinossauros de milhões de anos atrás e pinturas rupestres.

A paisagem é exótica e encantadora, tudo muito fotogênico. Com o sol se pondo, paramos rapidamente no Mirador Ojo del Condor para uma vista um pouco mais elevada do horizonte. É uma trilha curtinha e interessante, e o sol até resolveu dar as caras antes de se por.

Trilha rápida com um visual incrível

Avançar pela infinita Reta de Tin Tin e cruzar os milhares de cardones também nos chamou muito a atenção.

Essa reta parecia não ter fim

🏜️ Mais ou menos na metade desta reta, fica a trilha Los Secretos del Cardonal, bem curtinha – apenas uns 200 metros de extensão. Você vai andando entre os cactos gigantes e fica pertinho deles, com várias plaquinhas informativas pelo caminho. Uma pena que já estava quase escuro, e não pudemos ficar muito tempo por mais curta que fosse.

Muuuuuitos cactos (ou melhor, cardones)

Chegada em Cachi e Jantar no Restaurante Mi Favorita

Passamos direto por Payogasta, infelizmente sem poder exeprimentar suas famosas pimentas vermelhas, e, por volta das 20:30, finalmente chegamos na pacata cidade de Cachi. Nos hospedamos em um quarto de uma casa afastada da cidade e bem humilde que encontramos no Booking, e nela tinha tudo que precisamos – camas limpas, banheiro e segurança. Isso sem falar no preço: $8.000 pesos, menos de R$ 50 no total para nós dois.

Hospedagem mais barata que ficamos!

Perguntamos para o anfitrião algumas dicas de onde jantar e ele nos recomendou o restaurante Mi Favorita – acatamos a sugestão e para lá nós fomos. Mas antes, demos uma volta pela pequena vila e pela Plaza 9 de Julio. As luzes amarelas dos postes dão um charme especial à Cachi.

Estava rolando uma apresentação no restaurante – a Gran Peña de Hugo Alcoba -, o que tornou nossa experiência ainda mais agradável. Fechamos o dia com chave de ouro.

A cidade de Cachi é um charme

No cardápio, algumas opções como cabrito a la parrilla, vacio al horno, cazuela, milanesas e outros pratos. Pedimos um matambre a la pizza para dividir, um enrolado de carne que estava delicioso, bem como empanadas de queijo, milho, cabrito e lhama. Sim, lhama! Foi apenas para experimentar, mas confesso que não estava muito boa. Comemos carne de lhama algumas semanas depois na Bolívia e aquela sim estava saborosa e diferente dessa empanada. Para sobremesa, um dos melhores flans (pudins) que já comemos, com cobertura de doce de leite.

Só na Argentina nos damos o luxo de pedir sobremesa 🤣️

Dia 4: Ovnipuerto de Cachi, Ruta 40, Quebrada de las Flechas, Molinos, Monumento natural Angastaco e Cafayate

Na manhã seguinte, saímos por volta das 10:10 e entramos rapidamente em Cachi para conhecer a cidade durante o dia. Pouco movimentada e bem calma, apenas compramos um ímãzinho e reabastecemos nossas águas.

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Mirador Norte, Cemitério e Ovnipuerto de Cachi

Procurando no Maps, o Pietro encontrou um mirante para a cidade onde dá para subir a pé ou chegar com o carro. Há uma cruz e foi possível ter uma ótima vista para a cidade e da região. Esse cruzeiro é, na verdade, o “estacionamento” do cemitério de Cachi, que fica nesse mesmo platô.

Mirador Norte, no estacionamento do cemitério de Cachi

👽️ Depois que comentamos que tínhamos um drone com nosso anfitrião da noite anterior, ele sugeriu que fossemos até o Ovnipuerto, uma “pista de pouso” para os alienígenas que quiserem descer ali. Construída pelo cidadão suíço Werner Jaisli depois de supostamente ter sido contatado por alienígenas, o UFOport ocupa um espaço de quatro quarteirões e tem nome próprio: Estrela da Esperança.

Não é uma única estrela, mas sim doze, desenhadas no chão, marcadas com pedras ou pintadas com cal, tendo a maior 36 pontas e 48 metros de diâmetro – o farol do Ovnipuerto. Com o drone, foi possível ver bem melhor a obra. Saímo de lá às 12:30.

É bem mais interessante ver com o drone

Ruta 40: Seclantás, Molinos e Angastaco

Seguimos descendo pela Ruta 40, passando por várias pequenas cidades. Às 14:00, paramos rapidamente em Seclantás apenas para ver como era o pequeno vilarejo (como podem perceber, fizemos isso em muitas pequenas cidades pelas quais passamos) e a Iglesia Nuestra Senora del Carmen nos chamou a atenção.

Por conta de obras na estrada, é preciso pegar um desvio na Ruta 40 entre Seclantás e Molinos, outra pequena cidade que entramos para conhecer rapidamente por volta das 15:00.

Cidadezinhas fofas pelas quais passamos

Retornando para a Ruta 40, pudemos notar que em alguns momentos surgiam várias vinícolas na paisagem. 🍷️

Dentre as pequenas cidades, a última em que paramos foi Angastaco, localizada logo antes da grande atração do dia e a qual justifica toda a jornada até lá. Pegamos apenas um energético (de praxe) e um lanchinho em uma loja de conveniência.

Uma pena que não deu para visitar as vinícolas

Monumento Natural Anagastaco e Quebrada de las Flechas

Logo saindo da cidade, começamos a entrar no Monumento Natural Angastaco, uma área protegida criada em 1995 com o objetivo de preservar as formações geológicas únicas encontradas na região dos Valles Calchaques. Os próximos km estão entre os mais cênicos que já presenciamos.

Para absorver a beleza desse local, a primeira parada é no Mirador Monumento Natural Anagastaco, logo no começo do percurso.

De outro mundo…

A principal atração do Monumento Natural Angastaco é a Quebrada de las Flechas, um acidente geográfico localizado na província de Salta, no norte da Argentina. É uma quebrada, ou seja, um desfiladeiro, que se estende por cerca de 20 km dentro dos Valles Calchaques, desde Angastaco até o Rio Calchaqui.

As formações rochosas da Quebrada de las Flechas são de arenito e se assemelham a lâminas ou pontas de flecha, que se erguem a cerca de 20 metros acima do terreno. Essas formações, formadas há cerca de 15 a 20 milhões de anos, se assemelham a um glaciar petrificado de pontas agudas. Uma paisagem literalmente de outro mundo.

Não dava para acreditar!

Outras duas paradas interessantes nessa região são os Cortes La Flecha e o Corte El Ventisquero, onde há uma trilha curtinha para mais um belo mirante da região.

É claro que não poderíamos deixar de voar para ter uma visão mais ampla do surrealismo desse lugar. Já era cerca de 18:30.

Quebrada de las Flechas foi meu lugar favorito no Norte da Argentina 😍️

Ponte do Rio Calchaqui e San Carlos

Nesta pequena e estreita ponte, passa apenas um carro de cada vez. Achamos ela maravilhosa, com algumas belas flechas rochosas em seu plano de fundo, e a partir desse ponto praticamente não paramos mais pois já estava escurecendo.

Mesmo sem o drone, essa ponte rende boas fotos!

Por volta das 20:00, com o sol já adormecido, passamos por San Carlos, onde vimos a Iglesia San Carlos Borromeo (de dentro do carro), um Monumento Histórico Nacional construído em 1801. Este pequeno povoado quase se tornou a capital da província de Salta em determinado momento de sua história.

Cafayate e Jantar em La Carreta de Don Olegario

Finalmente por volta das 20:20 chegávamos em Cafayate. Fomos direto para a hospedagem que pegamos no Booking, descansamos, tomamos um banho e caminhamos por uns 500 metros até a praça principal da cidade.

Cafayate é famosa por seu vinhos, especialmente o Torrontés, uma variedade de vinho branco única da Argentina. A alta altitude e o clima seco da região contribuem para a produção de vinhos de alta qualidade, então na região é possível visitar muitas vinícolas para degustações e aprender sobre o processo de produção de vinho.

Na bela Catedral Nuestra Señora del Rosario de Cafayate estava tendo missa, e caminhamos em volta da praça buscando um lugar para comer (e também de olho em lojinhas de souvenirs para irmos depois).

Saudades dessas jantas bem servidas e econômicas 🥰️

Finalmente encontramos um restaurante com preços razoáveis, o La Carreta de Don Olegario. Além de empanadas de entrada, eu pedi uma suprema de frango, enquanto o Pietro pegou um bife de lomo (filé mignon) a la frontera. Ele precisou sair correndo de lá para nossa hospedagem pois um de nossos clientes precisava realizar umaa reunião e seu celular ficou sem bateria. Foi e voltou correndo, coitado. 🤣️

Obviamente não poderíamos sair da cidade sem provar um vinho local, e pedimos uma “jarra de la casa”: não apenas a comida estava deliciosa, como também veio literalmente uma jarra de vinho excelente (creio que tinha 1 litro) por $1350 pesos (menos de R$ 8). Não era o famoso vinho Torrontés, mas não somos muito fãs de vinho doce, e adoramos esse vinho tinto da casa. Obs: a Janaina Cometti, querida participante de nosso grupo gratuito de WhatsApp sobre o Norte da Argentina e Atacama, explicou que vinhos da uva Torrontés não são necessariamente doces, mas sim os de colheitas tardias. São vinhos perfumados e com aromas florais.

Passamos em uma feirinha para rapidamente comprar um ímã da cidade, além de visitar outras lojinhas locais, e deu até tempo de pegar um helado de vino. Nessa sorveteria, tinha muitos sabores diferentes, como sorvetes de Malbec, Torrontes, chá de coca e até mesmo “Viagra Salteño”. Pegamos um de vinho (eu achei horrível) e um de “mel de cana”.

Cafayate é uma gracinha, gostaríamos de ter tido mais tempo na cidade

Dia 5: Ruta 68, Quebrada de las Conchas, Quebrada de Cafayate, Los Colorados, El Obelisco, Mirador Tres Cruces, El Anfiteatro, Garganta del Diablo e Retorno à Salta

Em nosso último dia de exploração do norte da Argentina, saímos tarde mais uma vez de nossa hospedagem, praticamente ao meio dia. Como vocês puderam notar, tivemos dificuldade para sair cedo em todos os dias, mas felizmente o se punha quase às 20:00, então tínhamos bastante tempo de luz.

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La Casa de las Empanadas e Ruta 68

Pegamos uma dúzia de empanadas para comer na estrada por $4.500 (menos de R$ 27, ou seja, cada uma por uns R$ 2,20) em um local chamado La Casa de las Empanadas. Nem precisava dizer o que vendia lá…

Sem enrolar muito, entramos na Ruta 68, passando por várias vinícolas ao redor de Cafayate.

Vivendo de empañadas…

Reserva Natural Quebrada de las Conchas: Los Colorados, Los Castillos, El Obelisco, El Fraile, El Sapo, Mirador Tres Cruces

⭐️ A Quebrada de las Conchas é um estreito vale conhecido por suas paisagens impressionantes e formações rochosas de cores variadas. A quebrada é percorrida pelo rio das Conchas e está situada ao longo da rota Nacional 68, que conecta a cidade de Cafayate com Salta.

Essa quebrada é um acidente geológico relativamente recente, formado por movimentos tectônicos ocorridos nos últimos milhões de anos. A paisagem da Quebrada de las Conchas apresenta uma grande diversidade de formas e cores, com formações rochosas esculpidas pelo vento e pela água. Você passa por várias dessas formações conforme percorre a Ruta 68, que é bastante cênica.

Com o rompimento de grandes lagos intermontanhosos, a água foi sendo drenada e moldando essas belas formações as quais visitamos. Sua coloração vermelho-ocre se dá devido ao óxido férrico, e as várias conchas fósseis descobertas na região nomearam esta quebrada.

A primeira das formações é Los Colorados, uma erosão hídrica que formou uma espécie de cânion por onde se pode caminhar pelo meio.

Consegue me ver?

Em seguida, destacam-se Los Castillos (ou Os Castelos), colinas coloridas formadas pela erosão do rio Las Conchas. Essa formação consiste em afloramentos íngremes e altamente recortados de camadas sedimentares espessas do período Cretáceo tardio.

Os belos “castelos” de pedra

Dirigimos mais um pouco e, por volta das 13:30, passávamos pelo El Obelisco, uma formação rochosa de aproximadamente 26 metros de altura que recebeu esse nome devido à sua forma peculiar, que se assemelha a um obelisco. O Pietro não resistiu e voou rapidamente em volta do belo obelisco rochoso!

Essas formações geológicas sempre nos surpreendem

A próxima parada foi no El Fraile. Essa formação recebeu esse nome devido à sua semelhança com a figura de um frade, mas, confesso que, ficamos alguns minutos lá procurando o tal do frade e não o encontramos! Você consegue ver aí na foto? Só agora, meses após a viagem, enquanto escrevo esse post é que tive certeza que nós o vimos. 🤣️

Esse trecho da estrada a partir do Obelisco é um dos mais lindos! Perto do El Fraile, passamos rapidamente pela formação mais engraçada, a qual dispensa explicações: o El Sapo. 🐸️

Demoramos para enxergar o frade 😅️

Por fim, passamos no Mirador Tres Cruces, um mirante que oferece uma vista interessante com o contraste do verde do vale e as montanhas avermelhadas da região. Para se ter a bela vista panorâmica do vale e do Rio das Conchas, basta estacionar o carro no acostamento da estrada e subir um pequeno morro. Ao lado ficam três cruzes que dão o nome à este mirante.

Mirante lindo, vale a parada!

Anfiteatro e Garganta del Diablo

Era cerca de 14:45 e chegávamos em duas das últimas “atrações” desse trecho da Ruta 68.

A primeira delas é o Anfiteatro, que recebeu esse nome devido à sua semelhança com um anfiteatro natural. É basicamente estacionar o carro e caminhar até a fenda. Trata-se de uma impressionante abertura enorme entre as montanhas, com um curioso efeito acústico que amplifica os sons. Muitas vezes, as pessoas cantam ou tocam instrumentos musicais para aproveitar o efeito sonoro amplificado pelas paredes rochosas, e quando visitamos tinha um local nos privilegiando com sua trilha sonora.

Sim, dava vontade de gritar aí dentro 😂️

Já a Garganta del Diablo, a menos de 5 minutos dali, tem esse nome devido à sua semelhança com uma garganta. Essa sequência de rochas sedimentares, composta por materiais que se acumularam durante milhões de anos, foi esculpida pela água, a qual foi penetrando as rachaduras por mais de 90 milhões de anos até chegar nesse resultado. Não dá para chegar até o “fim”, apenas contemplá-la à distância.

É claro que o Pietro mais uma vez não resistiu e deu uma espiada rápida acima dessas duas maravilhas naturais.

Achei o anfiteatro mais interessante que a Garganta do Diablo, apesar de parecidos

Enfim fizemos um desvio final até a Puente Morales, uma ponte charmosinha que, com o visual das montanhas ao fundo, forma um belo cenário.

🎬️ Além disso, foi cenário de filmagens do filme “Relatos Selvagens” (Relatos Salvajes), um filme argentino de 2014  – só descobrimos essa informação pois alguns motoqueiros que passavam por lá naquele momento nos disseram (e depois notamos uma placa indicando “Parador Relato Salvaje”).

Paramos ali por acaso, e no fim é de fato um belíssimo cenário

Chegada em Salta, Devolução do Carro na FOX e La Salteñeria Empanadas

Depois de quase 8 horas de estrada, finalmente chegamos em Salta! Rodamos durante esses 5 dias um total de 1.287 km e foi um verdadeiro sucesso. Devolvemos o carro por volta das 19:30, e logo ao lado já pegamos algumas empanadas feitas em forno de barro no restaurante La Salteñeria. Uma delícia! Foram 4 empanadas de queijo por $1.200, cerca de R$ 7.

Paramos para comer em uma praça do Parque San Martin, bem em frente ao Teleferico San Bernardo. Infelizmente não deu tempo de explorarmos a cidade de Salta, pois nosso ônibus para San Pedro de Atacama era às 01:30. Então, fomos até um posto Shell para trabalhar, passar o tempo em um lugar seguro e pelo menos experimentar as cervejas salteñas.

Finalizamos a viagem com as empanadas salteñas

Sugestões de Melhorias em Nosso Roteiro

✅️ Como nós fizemos essa viagem logo depois de uma outra viagem longa, não demos tanta atenção ao planejamento de nosso roteiro. Apesar de tudo ter dado mais certo do que imaginaríamos, tem algumas coisas que teríamos feito de forma diferente.

  • Provavelmente exploraríamos a região com o dobro do tempo, em uns 10 dias ao invés de 5.
  • Esses 5 dias extras seriam usados para explorar melhor: Salta, a região em torno de Cachi, Cafayate e suas vínicolas, a Ruta 40 até a Ciudad Sagrada de Quilmes, e por aí vai.
  • Na província de Jujuy, gostaríamos de ter feito mais trilhas, explorando mais as atrações de Tilcara e também feito a trilha completa da Quebrada de las Señoritas.
  • E, falando em Tilcara, não teríamos percorrido o trecho até lá à noite como fizemos quando chegamos, tanto pelo cansaço acumulado, como também pela estrada ser bem bonita.

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Quanto se Gasta em uma Viagem ao Norte da Argentina?

💸️ Os preços da região foram uma surpresa agradável para nós. Claro, a viagem foi em novembro de 2023 e sabemos que muita coisa tem mudado na Argentina desde então. Entretanto, acredito que os preços ainda estão bem em conta, especialmente se comparados a de outros destinos mais turísticos, muitos deles sendo nacionais, ou seja, dentro de nosso próprio país.

Tome referência a cotação de $170 pesos argentinos por real, que é mais ou menos o câmbio que pegamos na época.

🤑️ Somando tudo, deu uns $370.000 pesos argentinos – cerca de R$ 1.090 por pessoa, aproximadamente R$ 220 por pessoa por dia. Considerando que não passamos vontade de nada e estávamos com carro alugado, achei excelente, e vocês?

CategoriaValoresObservação
Hospedagem$85.000 para duas pessoas - cerca de R$ 500, ou seja, por volta de R$ 50 por dia por pessoaLembrando que encontramos essas hospedagens de última hora, e que a de Cachi foi "fora da curva" (sabemos que não são todos que se sentem confortáveis em alojamentos como esse). O hostel de Tilcara tinha café da manhã incluso
Aluguel de Carro$120.000 por 5 diárias (já contando $3.000 pela limpeza) - cerca de R$ 700, ou seja, por volta de R$ 140 por diaEncontramos a FOX no Google Maps e também fizemos o aluguel literalmente de última hora
Gasolina$40.000 rodando pouco menos de 1.300 km em 5 dias (total de R$ 235, pouco menos de R$ 50 por dia)A gasolina estava em média $460 (R$ 2,70/L) nos postos em que abastecemos, e o ideal é manter o tanque abastecido pois não há tantos postos nos locais mais remotos
Alimentação$95.000 pesos - perto de R$ 560, ou R$ 280 por pessoa, menos de R$ 60 por dia por pessoaPara ser sincera, não passamos vontade de muita coisa! É bom salientar que geralmente não almoçamos, e tivemos um bom café da manhã incluso em 3 dos 5 dias
Entradas de Atrações$3.700 pesos, menos de R$ 12 por pessoaAs três únicas entradas que pagamos foram para a Quebrada de las Señoritas (com guia) e o Hornocal (Cerro 14 Colores)
Souvenirs$3.800 pesos, menos de R$ 12 por pessoaCompramos apenas alguns ímãs e um enfeite de barro, então não exageramos tanto dessa vez
Lavanderia$3.000 pesos - menos de R$ 20Pagamos essa lavagem de um grande sacolão de roupas no hostel de Tilcara, e era ainda mais barato do que isso, está incluso nesse valor já uma gorjeta de $1.000
Passagens Aéreas$48 dólares americanos para duas pessoas - aproximadamente R$ 240, ou R$ 120 por pessoaEsse foi o custo da passagem interna de Buenos Aires (Ezeiza) até Salta pela Aerolíneas Argentinas

Galeria com Fotos Icônicas do Norte da Argentina: Jujuy e Salta

Ainda está com dúvidas se você deveria conhecer a região? Veja essa galeria que preparamos com algumas das belezas que você presenciará nesta viagem. Clique na imagem para ampliá-la!

Considerações Finais sobre o Norte da Argentina

Essa é aquele tipo de viagem que surge “do nada”, sem muitas expectativas, e acaba entregando muito. Já não vemos a hora de voltar para o norte da Argentina! 🥰️

Além disso, a combinação com o Deserto do Atacama e o Salar de Uyuni funciona muito bem. Você pode aproveitar que está ali pela região e fazer essa baita viagem, separe cerca de 20 dias.

➡️ Não se esqueça de entrar em nosso grupo gratuito do WhatsApp. Além do Norte da Argentina, também trocamos muitas informações sobre o Atacama e o passeio do Salar de Uyuni.

Conta para nós ali nos comentários: você já visitou essa região?

Até a próxima!

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